quarta-feira, outubro 04, 2006

Bal Moderne Revisitado

Pontualmente, antes das dezasseis horas, todos os participantes esperavam ansiosamente pelo grande momento, mergulhados nos enormes sofás que polvilham o salão verde da entrada para o grande auditório. A expectativa era muita, apesar de não se saber ao certo o que se iria encontrar. Com grande tranquilidade, o grupo foi convidado a descer ao auditório por uma das meninas simpáticas que acolheram as dezenas de pessoas que optaram por uma tarde diferente num sábado cinzento de chuva. Os bailarinos chamavam os participantes para o palco, frisando que não se tratava de um espectáculo para apreciar sentado, mas para experimentar, dançando.

Espalhado pelo palco imenso do auditório maior do Centro Cultural Vila Flor em Guimarães, o grupo procurava seguir os passos bem articulados dos bailarinos e colaboradores. A primeira dança tranquiliza. Atamé, numa coreografia de Sidi Larbi Cherkaoui, transmite por gestos transcendentes uma espiritualidade perdida, o desejo em cada homem e em cada mulher de se aproximar do oculto, do inatingível, do imensurável. Cada gesto repetido à exaustão reproduz o apelo da música Anima. A paz invade o corpo dançante que relaxa na busca da serenidade. O outro aproxima-se e o encontro entre os dois é um prolongamento desse bem-estar. Não queremos que acabe! Chegou a hora de fazer uma pausa breve para restabelecer forças e aprender uma nova dança. Um novo circulo se forma e os bailarinos exemplificam o que a seguir se irá dançar. Get on top é a música de Matthieu Bajolet que faz renascer o tema de Prince, Cream. Num patamar superior, o Kuhn esforça-se por explicar os passos num português bem mastigado. Os sons são divertidos e suaves. Para o final está reservado a Moonlight Shadow de Mike Oldfield. Coreografada por Anna Teresa De Keersmaeker, a canção reserva uma torrente de paixões. Os mais velhos podem rever os anos oitenta e sonhar... Divertido foi também o final deixado em aberto à imaginação operante dos participantes.


Uma tarde extenuante, exigente em mil e um passos aprendidos mas única. O grupo que viajou directamente da Bélgica para estar connosco trouxe alegria, boa disposição, abertura e... muita dança!

De Campos

2 Comments:

At 04 outubro, 2006 02:44, Anonymous Anónimo said...

Partilho o teu estado de espírito. De facto foi um dia inesquecível.. que certamente teremos de repetir. Num conceito e registo diferente daquilo a que estamos habituados, confesso que me rendi!!!! Afinal dança é dança e será sempre dança... Vera

 
At 06 outubro, 2006 00:17, Anonymous Anónimo said...

Obrigado Vera por me teres ensinado com paciência os passos, particularmente as voltas sem mover o tronco!

 

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