Músicas
Quando comecei a escrever esta crónica, hoje, confesso que não estava a pensar que acabaria por ser sobre este tema.
Pensei em escrever sobre mais um filme… Um filme que fui ver há algumas semanas e que gostei muito… mas a inspiração tem destas coisas e dei por mim a pensar num poema de Vinicius de Moraes, para uma música de Chico Buarque…
E porque cada momento tem a sua própria banda sonora, e porque há musicas que marcam uma vida, queria partilhar com vocês este poema.
O filme fica para a próxima semana… e vai ter dedicatória…
Vinicius de Moraes – Chico Buarque
“Um dia ele chegou tão diferente do seu jeito de sempre chegar
Olhou-a dum jeito muito mais quente do que sempre costumava olhar
E não maldisse a vida tanto quanto era seu jeito de sempre falar
E nem deixou-a só num canto, pra seu grande espanto convidou-a pra rodar
Então ela se fez bonita como há muito tempo não queria ousar
Com seu vestido decotado cheirando a guardado de tanto esperar
Depois os dois deram-se os braços como há muito tempo não se usava dar
E cheios de ternura e graça foram para a praça e começaram a se abraçar
E ali dançaram tanta dança que a vizinhança toda despertou
E foi tanta felicidade que toda a cidade enfim se iluminou
E foram tantos beijos loucos
Tantos gritos roucos como não se ouvia mais
Que o mundo compreendeu
E o dia amanheceu
Em paz”
3 Comments:
Amei... simplesmente amei!!
Este poema tem algo de "fantástico"!!! Quando era miúda e vasculhava os livros das minhas irmãs à procura de boas leituras, encontrei este poema e apaixonei-me.Entretanto perdi o livro, mas o poema ficou gravado na minha memória.Aos 20 anos, participei num acampamento e fizemos o jogo do "Amigo Secreto", o meu amigo (que por sinal era uma amiga) pediu ao namorado para me tocar algo. Qual não foi a minha surpresa, no meio do nada, rodeada de estrelas, ouvir o poema musicado que tanto me marcou na minha infância. Há momentos mágicos que percorrem a nossa vida e este poema fez parte de um muito especial.
Se gostam dele assim, têm de o ouvir pela voz de Chico Buarque. É paixão na certa.
É um poema que transmite uma mensagem de liberdade, foi escrito numa época em que as pessoas começaram a libertar-se de opressões (Maio de 68) e perderam o medo de mostrar o que realmente lhes ia na alma. Não há que ter medo de ser diferente e mostrar o que se sente, seja com as pessoas que nos cercam, seja a dançar... É preciso é Viver!!! (Se for a dançar, ainda melhor) ;)
Ohh Lux.... Adorei o teu comentário...
Ainda bem que gostaste de rever este poema
:-)
um beijo grande para todos
Valsita
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