quarta-feira, setembro 20, 2006

O baile dos Gatos Jellicle


Sábado, 16 de Setembro, foi um dia mágico para mim e para todos os que se deslocaram ao Coliseu do Porto para ver o musical Cats de Andrew Lloyd Webber. Os vinte anos de lotação esgotada no West End de Londres e na Broadway de Nova Iorque eram mais que garantia de uma noite memorável. Não somos só nós que dançamos em Braga, os gatos também dançam e nessa noite reuniram-se todos numa lixeira sombria e esquecida das ruas de Londres para um grande baile Jellicle que celebra a autenticidade e a tenacidade dos gatos Jellicle.

Na noite de lua cheia o velho Deuterónimo irá escolher o gato Jellicle que irá renascer numa nova vida Jellicle. No baile desta noite todos os gatos Jellicle vão desfilando em bailados magníficos e apresentando ao público as suas qualidades. Há a Victoria, uma gata branca belíssima, Munkustrap, o gato cinzento malhado, Rum Tum Tugger, o rei do Rock e dos Blues que é também um gato pomposo e cheio de estilo, Grizabella, uma gata outrora glamorosa e que agora se vê rejeitada pela tribo dos gatos Jellicle por ter rumado até ao mundo de fora. Bustopher Jones é o gato milionário, opulento e obeso que passa os dias abraçado a bolos e iguarias que tais. Macavity, um gato ladrão, é o terror das sombras, o marginal destemido que todos temem. Mungojerrie e Rumpleteazer são gatos adoptados por uma família e que estão sempre a fazer asneiras e em apuros. Há também Skimbleshanks, o gato da linha de comboio, sempre atento às passagens das locomotivas e aos horários cronometrados das linhas. Gus é o gato dos palcos, preso às memórias de um passado glorioso, mas capaz ainda de uma presença em palco poderosíssima. Mistoffelees, astuto na arte da magia, é capaz de autênticos milagres, o único, aliás, que consegue libertar o velho Deuterónimo das garras de Macavity.

E por trás do mundo mágico do musical Cats está o monumental compositor, produtor, escritor e encenador Andrew Lloyd Webber que, inspirado no poema Old Possum’s Book of Practical Cats de T. S. Eliot idealizou a música em 1977, trabalhando afincadamente para que nos anos oitenta o bailado musical pudesse ser finalmente apresentado ao público londrino. A celebridade dos gatos Jellicle atingiria um êxito estrondoso em pouco tempo. Quem quiser saciar a curiosidade ou rever os momentos mágicos do musical, pode fazê-lo num sítio fabuloso na Internet: http://www.reallyuseful.com/rug/shows/cats/show. Aí tem toda a informação, em inglês apenas, e poderá, inclusive, visionar partes do musical. No Coliseu do Porto, os gatos Jellicle vão bailar até ao final de Setembro, não percam esta oportunidade única. Despeço-me com os sons magníficos do poema canção de Grizabella:

Memory

All alone in the moonlight

I can smile at your face

I was beautiful then

I remember the time I knew

What happiness was

Let the memory live again



De Campos

3 Comments:

At 20 setembro, 2006 10:07, Anonymous Anónimo said...

Fantástico!!! o espectaculo deve ser muito bopm, mas este teu artigo está absolutamente fabuloso!!!
Valsita

 
At 21 setembro, 2006 01:00, Anonymous Anónimo said...

Obrigado amigo por me teres esclarecido algumas dúvidas sobre este belissimo espectaculo está sem dúvida um artigo fabuloso "repito"

 
At 25 setembro, 2006 00:15, Anonymous Anónimo said...

os jellicles são fantásticos!
mas não digo isto por dizer - eles são mesmo! justificam cada letra desta palavra!
conquistaram-me desde o 1º minuto com toda a energia e alegria que têm, arrepiaram-me com as suas vozes, fizeram-me sentir que vivia naquela lixeira, e dançava como eles...

"Are you blind when you're born? Can you see in the dark?
Can you look at a king? Would you sit on his throne?
Can you say of your bite that it's worse than your bark?
Are you cock of the walk when you're walking alone?

Because
Jellicles are and Jellicles do
Jellicles do and Jellicles would
Jellicles would and Jellicles can
Jellicles can and Jellicles do"

 

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