sexta-feira, janeiro 05, 2007

Fundão, Inverno de 2006

Eis finalmente o relato do que os mais incautos poderiam supor ter sido uma viagem tranquila. Na verdade, tudo começou numa manhã gélida de Dezembro, mas acabou por se transformar no fim-de-semana mais quente deste Inverno. Rumo ao Fundão, partiu, pouco depois das 9 da manhã, o grupo de galantes bailarinos que aguardava ansiosamente há semanas pela aventura dançante na profundeza da Beira Baixa. A viagem decorreu sem percalços de assinalar, aparte a pausa para almoço que, contrariamente ao que havia sido anunciado, não teve lugar numa estação de serviço, mas sim numa pequena casa de pasto na beira da estrada, o Restaurante Boa Hora.

Chegados ao nosso destino, o grupo dividiu-se em dois: enquanto metade dos participantes de imediato foi depositado na Adega Cooperativa do Fundão para dar início à prova de vinhos e enchidos, a outra, da qual faziam parte as ilustres repórteres que vos falam, dirigiu-se ao centro da cidade para conhecer os pontos mais emblemáticos pela mão da simpática guia Vera. Apesar do frio que se fazia sentir, reinava a boa disposição enquanto marchávamos animadamente por ruas estreitas, parando ocasionalmente perante os edifícios mais relevantes, ao mesmo tempo que nos era explicada a evolução histórica da cidade – um aplauso à Vera que com um enorme desembaraço fez um magnífico esforço para se fazer ouvir por cima da galhofa da comitiva!

De volta à Adega, foi a vez do segundo grupo experimentar os fantásticos enchidos típicos da zona, saboreando os aromáticos vinhos e uma deliciosa jeropiga que fez furor entre os presentes, que se abarbataram a numerosas caixas da mesma para prolongar o deleite no recesso dos seus lares!

De seguida, fomos encaminhados para o Hotel Príncipe da Beira, onde iriam ter lugar o jantar e baile de gala, e onde ficámos agradavelmente instalados. Merece uma palavra de louvor, não só pelo conforto das instalações, mas também pela simpatia e disponibilidade extrema dos funcionários e gerência e pelo excelente serviço de buffet que puseram à nossa disposição, tanto no jantar como nas restantes refeições. Diríamos até que mais do que um buffet, nos serviram um banquete! Não poderíamos passar sem fazer referência especial ao toque de classe com que fomos brindados, naquele que se revelou o momento de abertura do jantar e baile de gala, com a actuação de um grupo de caixas, bombos e pífaros, que fez ressoar por todo o hotel o seu típico som, convocando todos para o átrio do hotel e convidando-nos para o repasto, revigorados de ritmo e energia, fazendo antecipar a noite que nos esperava.

Pelas 22 horas, deu-se início ao baile de gala num dos distintos salões do hotel. Foi aberto, como é da praxe, com uma valsa vienense e foram poucos os que não aderiram. De dança em dança, foram inúmeras as surpresas da noite. Desde logo, porque a música, ao som da qual rodopiavam os pares, era tocada e cantada ao vivo por uma simpática banda, que naturalmente absorveu a dinâmica do grupo, interagindo e incentivando uma divertida coreografia ao som da imortal Macarena.

Se de um lado surgiu a surpresa do professor Zacarias, que a seguir se relatará, do outro apareceu a inesperada homenagem por parte dos divertidos e calorosos alunos do Fundão, através de um poema a que deu voz o Padre Luís, brincando, elogiando, recordando, enfim, exaltando as características e qualidades do dedicado professor, tributo que não deixou ninguém indiferente e provocou umas boas gargalhadas na assistência. A homenagem culminou na entrega de um presente dos alunos fundanenses ao Zacarias, o que proporcionou aos bracarenses um resto de fim de semana pontuado pela constante repetição da frase “Querem saber as horas?” pelo Zaca… O relógio é lindo sim senhor! E bem merecido!

Quanto à actividade surpresa preparada pelo Zacarias e restantes professores presentes, há que dizê-lo, por esta ninguém esperava! Pois lá se ofereceram 20 pares para um cha-cha-cha diferente, dançado com uma laranja bem segura entre as testas dos bailarinos, bem ao jeito dos nossos jogos tradicionais! Acabou por ser um par de Braga a vencer este desafio, com bastante destreza, ainda assim, com alguma postura!

Pela noite dentro, os pares dançantes não mostravam sinais de cansaço, revezando-se entre rumbas, tangos e valsas, com forrós, merengues e kizombas à mistura! Houve tempo e espírito para tudo. Já a manhã se aproximava quando se deu o bailarico por terminado, visto que daí a poucas horas o grupo teria de estar a postos para mais uma etapa do programa.

Assim, apesar da sonolência que se abatia sobre todos, foi com a habitual folia que no domingo de manhã rumámos à aldeia de Castelo Novo, onde a Olga nos guiou através dos íngremes caminhos e passeios, mostrando-nos as belezas arquitectónicas que integram esta Aldeia Histórica.

E porque de comer e beber nunca faltou, lá seguiu o bando para uma prova de queijos da região, tendo ainda oportunidade de observar as instalações onde se procede à manufactura das iguarias. Após o almoço, mais uma vez soberbo, lá voltaram os felizes bailarinos para Braga, exaustos mas enriquecidos pela experiência encantadora que viveram! E sempre envoltos na risota e convívio que pontuou todo o fim-de-semana. De facto, não há melhor definição para o espírito que nos une através da dança do que a afirmação que serviu de mote ao brinde por todos celebrado no jantar de gala: “Alegria e satisfação, só nas Danças de Salão!”. Resta-nos aplaudir a iniciativa e a sua organização, e esperar que realmente ela se repita por muitos anos e se consubstancie no gáudio de muitos mais dançarinos e no estreitamento dos laços entre os alunos desta Escola! Aos alunos do Fundão, um enorme abraço bracarense!

Ângela Amorim

Sara Félix

Dual Drill
Free Web Counter
Dual Drill