quinta-feira, dezembro 27, 2007

Papel de embrulho


O Natal veio com as luzes cintilantes e as montras sedutoras e numa noite e um dia esvaneceu-se. Cumpriu-se a tradição, não faltaram as rabanadas, a aletria, o bolo-rei e o bacalhau. Junto à árvore de Natal acumulavam-se os presentes. O frenesim das compras deu lugar ao recolhimento em família e até a música de Natal deixou de ser só Quickstep ou Jive, para deixar brilhar o Slowfox, a Rumba e a Valsa Inglesa. Da janela de casa olho lá para baixo. O lixo produzido pelas famílias é imenso. O papel de embrulho é o rei da lixeira. Desprezado, depois de ter cumprido a sua missão como ninguém, ocultando os presentes, embelezando as caixas, sacrificando-se por um momento de volúpia e curiosidade, é atirado fora, feito lixo nauseabundo, misturado com a trampa, conspurcado pelos fritos, renegado como um inútil, depois de ter prestado valentemente o seu serviço e sem direito a um renascer das cinzas no centro de reciclagem!





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