quarta-feira, setembro 13, 2006

O bailado de Killick

A pedido expresso da Valsita vou aqui fazer uma pequena análise do que foi para mim a exibição do Paul Killick no Populum, sábado 8 de Setembro. Não sou nenhum entendido na matéria, note-se, também não tenho conhecimentos técnicos que me façam alongar numa análise mais pormenorizada. As minhas notas são apenas de alguém completamente apaixonado pelas danças de salão, com um viciozinho impregnado e com imensa vontade de aprender cada vez mais. Como leigo na arte a curiosidade era muita e por essa razão me desloquei ao salão de baile para ver aquele que foi catorze vezes campeão do mundo nos vários níveis, desde iniciados, juvenis, juniores e avançados, sempre a representar a Grã-Bretanha. Estava também anunciado como uma lenda do Paso Doble, com o Paul Killick o Paso Doble nunca mais foi o mesmo, tendo mesmo o bailarino revolucionado o género com novos passos.

Na pista de dança a expectativa era grande e embora os pares enchessem o salão, estavam todos à espera do momento em que o bailarino entrasse. Assim aconteceu pouco depois da meia-noite, foi anunciado com poupa e circunstância e fez-se luz. As caras de espanto no rosto da assistência diziam tudo. O bailado era estonteante em voltas e mais voltas, o par dançava em sintonia perfeita, a bailarina obedecia elasticamente às exigências do comando de Paul, sendo arremessada com frequência para o parquet desde a segurança dos seus braços masculinos. Na sua forma esguia e esquelética, era claramente uma bailarina com formação clássica no ballet, como evidenciavam a sua pose e movimentos de braços e pernas. A música acompanhava solenemente os passos cronometrados dos bailarinos, parecendo caber apenas e unicamente o que estava programado pela magnífica coreografia apresentada. Um espectáculo digno dos melhores palcos do mundo!

Encheu-me as medidas e, todavia, fiquei um pouco desapontado pelo bailarino inglês não ter trazido à exibição um cheirinho de danças de salão. Apreciei imenso que tivesse dirigido umas palavras simpáticas à audiência, mas nem um bocadinho de Paso Doble, Cha Cha Cha ou Valsa! Foi um bailado lindíssimo sem dúvida mas, como aluno de danças de salão, a mim, interessava-se ver este modelo masculino, campeão do mundo, a dançar algo que eu pudesse reconhecer, algo que me fosse familiar: “Olha, está a fazer um New York!” ou então, “Ena, o ataque e o sixteen!” Talvez numa próxima vez que venha a Braga se lembre que está perante uma audiência especial, recheada de alunos de danças de salão!

De Campos

1 Comments:

At 13 setembro, 2006 14:40, Anonymous Anónimo said...

Obrigada Campos...
E, mais uma vez, o teu artigo está fantástico!!!

Beijos
Valsita

 

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