quinta-feira, maio 24, 2007

Na pista com…

Nita & Bruno

Vê-los dançar é um regalo para os olhos! Passo a passo, o ritmo invade-lhes o corpo, e a dança resulta sensual, elegante e prazenteira. O BDS foi espreitar um dos treinos destes nossos campeões, e comprovou que é com muito suor e dedicação que se chega à perfeição na hora do espectáculo, e às muitas vitórias que têm conseguido. O par de dançarinos, sempre muito divertidos e ainda mais simpáticos, cedeu alguns minutos do seu atarefado tempo, para conversar connosco.

BDS – Nita e Bruno já andam nestas (an)danças há algum tempo… como é que tudo começou?

Nita – Eu jogava futebol desde pequena (7/8 anos) por isso danças não era comigo. Vim para aqui “obrigada”. Tudo começou quando acompanhei a minha mãe a uma aula. No Bolero fiquei sentada, a assistir. Mas depois o Chachacha seduziu-me e comecei a dançar. Dois meses depois, convidaram-me a experimentar a turma de competição do Populum, e passado um ano surgiu a possibilidade de ser par do Bruno. Ele já dançava há algum tempo com outro par que desistiu mesmo em cima de uma exibição agendada, e pela proximidade de idade e de altura fui a escolhida, embora estivesse receosa de não corresponder às expectativas do Bruno.

Bruno – Bem, eu entrei também com a minha mãe para o social, onde estive quase um ano. Convidaram-me para competição e eu aceitei porque gostava de dançar, e fui experimentar. Com o primeiro par não resultou pois não havia muita consistência nos treinos. A Nita não tinha par e como tinha uma exibição para fazer, começámos.

BDS – Em termos de competição existem imensos escalões, e sei que vocês foram subindo, subindo, e em pouco tempo chegaram ao topo, certo?

[Nota: Todos os anos os 3 pares melhores classificados passam para o nível seguinte]

N – Sim. Em 2004, entrámos logo para o escalão de Adultos Iniciados em Latinas e ficámos em 1º lugar no Ranking Nacional e na Taça de Portugal.

No segundo ano competimos em Adultos Intermédios em Latinas, onde fomos Campeões Nacionais e vencedores no Ranking e também na Taça, e começámos a competir nas Clássicas, em Adultos Iniciados – fomos Campeões Nacionais e do Ranking e Vice-campeões na Taça.

Em 2006 avançámos, por isso, mais um escalão e competimos em Adultos Open em Latinas (Vice-campeões) e em Adultos Intermédios nas Clássicas (Vice-campeões).

Este ano estamos a competir no último escalão, Adultos Internacionais, em Latinas.


BDS – Têm apostado mais nas Danças Latinas. São campeonatos diferentes?

N – Sim, são provas diferentes. Sempre conciliámos as duas, mas neste momento a exigência do escalão de Adultos Internacionais, aliado a uma necessidade de mudança do nosso estilo de dança, obrigou-nos a focar o nosso esforço nas Latinas.

BDS – E os treinos correm sempre bem? Há sempre vontade de dançar?

N – Pois…[risos]…nem sempre. Quer eu, quer o Bruno, temos outras ocupações além da dança. No meu caso, tenho os dias preenchidos com a Universidade; às 18h00 todos os dias venho treinar e no fim ainda vou dar aulas. Além disso tenho de arranjar tempo para mim, para o namorado, para a família…Às vezes sinto-me cansada e é mais difícil concentrar-me nos treinos. Nesses dias até nem me importo que um de nós não possa vir…[risos]

B – Haver vontade, há. Mas há dias em que custa mais, em que nos apetecia estar em casa, descansar. Depois de um dia de trabalho vir treinar retira-nos muito tempo para o que gostamos de fazer, para nós próprios e para as pessoas que estão connosco, família e amigos.

BDS – Nita, tu apresentas sempre vestidos muito elegantes e bonitos. São comprados ou feitos por medida?

N – São feitos por medida, por uma costureira. Mas, sou eu que os desenho, escolho os materiais, as cores e faço toda a decoração (aplicação de brilhantes, etc.), só não os confecciono. Mais uma coisa que me ‘rouba’ o meu tempo! [risos]

É que os vestidos são caríssimos! Um vestido de competição de latinas, usado, minimamente apresentável, pode custar entre 500 e 1000 euros. E os de clássicas custam o triplo. As mulheres gastam sempre mais dinheiro com a roupa, sai muito caro.

B – [risos] Nem sei como… os vestidos gastam menos tecido! [risos] Mas atenção, que a roupa dos homens também é cara, especialmente se for de marcas conhecidas. Os preços variam, mas os fatos de latinas mais baratos custam pelo menos 300 euros. Há marcas que patrocinam alguns dançarinos mais famosos, e que depois do campeonato vendem as peças um bocado inflacionadas.

BDS – Como passam um dia normal de Competição?

B – Vamos com transporte próprio para o local da competição. Vamos sempre mais cedo, para já almoçarmos na cidade onde se realiza a prova, que normalmente começa às 15h, com as Danças Clássicas. O nosso escalão geralmente dança antes da hora do jantar. Como a maioria das provas são realizadas no Sul, chegamos sempre muito tarde a Braga (4/ 5 horas da manhã).

N – No dia anterior temos de nos preparar: colocar auto-bronzeador, tratar da depilação, pintar as unhas e preparar a mala. Levo sempre dois vestidos e dois pares de sapatos.

B – Também preparo tudo no dia anterior: maquilhagem, sapatos e roupa (costumo levar dois pares de calças e dois ou três bodies).

BDS – E o que sentem nos instantes antes de começarem a dançar? Nervos?

N – Nos dois primeiros anos sentia-me muito pressionada, porque era a melhor e tinha um 1º lugar a defender. Depois fui mudando. Este ano, estando no meio dos melhores, sentimos na mesma responsabilidade, mas preocupamo-nos mais com melhorar do que com competir. Há pares que dançam há mais tempo neste escalão do que nós em todo o tempo de dança que temos. O que me dá mais gozo é que no fim as pessoas nos dizem que estamos cada vez melhores, e isso é mais importante do que ganhar.

B – Antes de entrar para a pista há sempre aquele nervoso miudinho que nos corre, mas depois de começar a música já não sentimos nada, até acontece não nos lembrarmos das músicas que tocaram no fim!! Como disse a Nita, no início foi mais difícil, e é claro que o primeiro campeonato fica sempre marcado, pois estamos sempre na expectativa de como vai correr. Correu bem, ganhamos![risos] Neste momento, não há os nervos de querer manter um lugar, mas sim melhorar a dança cada vez mais, pois estamos no meio dos "lobos".


BDS – O que de mais positivo vos tem trazido o mundo da competição?

N – A gratificação dos lugares, o reconhecimento das pessoas. Sentir-me especial porque gostam de me ver dançar, porque me acompanham e depositam em mim muita confiança. Gosto do orgulho que têm em mim.

B – Há, claro, a satisfação de ganhar, mas também o facto de conhecermos pessoas de todo o lado e criar novas amizades fora da pista.

BDS – Até onde querem chegar?

B – Blackpool é o topo, e gostávamos de dançar lá. É um espaço único, onde participam os melhores. Estar lá já seria excelente!

N – Sim. Este ano não é possível por causa dos meus estudos, e também porque a preparação ainda não é suficiente, mas gostaríamos imenso de pisar aquela pista. E um dia mais tarde gostava de me tornar profissional.

Repórter S

2 Comments:

At 24 maio, 2007 09:51, Blogger de Campos said...

Obrigado Sambita por uma entrevista fabulosa a um par sensasional e que muito nos elucidou sobre o emocionante mundo da competição nas danças de salão!

Beijinhos Rui

 
At 24 maio, 2007 10:13, Anonymous Anónimo said...

Fantásticos... Simplesmente fantásticos :-)
Parabéns a este par... e também à reporter linda :-)

Beijos

 

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