segunda-feira, junho 26, 2006

O Baile de Segunda

A Luz, a Cidália, o Ricardo, a Cecília, o Nuno, a Bruna, a Patrícia, a Daniela, a Teresa, a Helena, a Rosa, o Mário.., Estes são alguns dos dançarinos que animam o baile em S. Adrião, no começo da semana, à segunda-feira. O nosso repórter de exterior do BdS foi até lá e garantiu-nos que vê-los bailar é um regalo para os olhos! Estão no nível dois, é uma das turmas orientadas pelo Filipe e tal como o baile de sexta, deriva da turma original de quarta-feira.


O grupo é bastante jovem, com algumas das bailarinas a quererem chegar depressa à idade adulta e outros orgulhosamente a passearem nos seus vinte e tais. Uma turma equilibrada entre elementos femininos e masculinos, mas, claro está, as meninas excedem-se sempre em número, como parece ser a norma instalada nas danças de salão! Um número de pupilos que chega quase aos vinte, o que faz da turma ser ideal para uma progressão rápida nos estilos dançantes.

Logo de início sentia-se uma boa disposição no ar e não era só porque estavam ali para dançar, era felicidade estampada nas caras, alegria colectiva, do mais puro que há em danças de salão! Acolhem com muita simpatia os elementos estranhos ao baile, principalmente se forem cavalheiros dispostos a dançar, pois nenhuma menina do baile de segunda tem vontade de ficar muito tempo sentada sem bailar. O mestre Filipe começou logo por propor a Valsa Vienense como aperitivo, mas o grupo não se mostrou intimidado e rapidamente se formaram pares que rodopiaram a valsa com agradável destreza.

Ainda não recomposto dos vaivéns constantes da valsa, o nosso repórter resolveu atacar a dança seguinte com maior dignidade, uma vez devidamente aquecido. A señorita que o acompanhou no Cha cha cha tem notáveis qualidades artísticas, além de envergar um porte nórdico invejável. A Lurdes revela muito à vontade nesta dança latina e domina perfeitamente todos os passos dados pela turma: New York, Invertido, Progressão, Walz, Perseguição, Lux e, o último aprendido, Leque. Sem dúvida uma estrela do Cha cha cha.

O Bolero foi recebido pela turma com muita naturalidade. Para o nosso repórter foi a saudade de um género que não dançava há meia dúzia de semanas! A Patrícia balanceava de forma estonteante e para o elemento do baile de sexta estava a ser difícil inventar mais passos dados, tal era a mobilidade da bailarina. A Promenade era favas contadas, as voltas saíram na perfeição e a queda não revelou nenhum precipício, mas sim um lugar ameno e tranquilo, sincronizado ao milésimo de segundo com o tempo musical. O cavalheiro não poupou os elogios, mas a nossa querida bailarina não se deixou impressionar e sorria simplesmente, como se todos aqueles passos fossem a coisa mais natural do mundo.

A Teresa estava tensa quando o Filipe anunciou o Tango para bailar. Depois de uma revisão rápida dos passos aprendidos, em diagonal, cavalheiros numa fila e senhoras noutra, a turma atirou-se ao célebre pião com vontade em torná-lo no passo mais simples do mundo! Ainda hesitante, a Teresa aceitou exercitar o Open Reverse Turn com o cavalheiro do baile de sexta. Depois de muito praticarem, para a frente e para trás, seguiu-se um tango completo em linha de dança e os passos foram executados com grande mestria por parte da bailarina, esquecendo toda a hesitação inicial, rodopiando no pião com total determinação!

A Cidália é uma diva da Rumba. Dança com um à vontade impressionante esta dança latina e patina no parquet como se estivesse no gelo, segura que estava nos seus sapatos de dança. Uma das únicas damas a exibir sapatos de competição, o repórter de sexta teve que dar o seu melhor para suster a sumptuosidade desta bailarina. O Walz foi manobra mais que fácil e o nosso repórter teria imensa dificuldade em executar o leque da Rumba, sendo ajudado neste passo pela simpatia da Cidália, que parecia rumbar como quem caminha sobre um prado verdejante de Verão.

A bailarina que se seguiu, numa noite memorável e rica em tantos géneros dançantes, voltou a não facilitar a vida ao nosso cavalheiro. O Slow Fox, aparentemente controlado pelo repórter, seria primorosamente executado pela Bruna, que balanceou entre o passo base, o Rock e a Promenade com volta sem qualquer problema. O nosso elemento masculino tentando testar a mestria da bailarina, ia alternando os passos, trocando as voltas, mas a estas reviravoltas a Bruna respondia com muita qualidade e perfeito entendimento dos sinais do cavalheiro.

No Jive, a última das danças oficiais reservada para esta noite de segunda-feira, a Luz iluminou por completo os caminhos do nosso repórter do baile de sexta. Mostrou uma energia imparável e perante o cansaço que o convidado evidenciava, respondia com muita classe e com um novo impulso nas voltas do Rock & Roll. Foi sublime dançar o Jive com a Luz, as palavras com que o cavalheiro resumia os minutos estonteantes, feitos de voltas e mais voltas e uns quantos swings, dançados com a última das divas do baile de segunda, com quem teve a distinta honra de bailar nessa noite quente de Primavera.

Numa próxima visita ao baile de segunda a equipa do blogue promete enviar uma bailarina que teste, desta vez, a tenacidade dos cavalheiros da turma, que, estamos certos, irão responder com igual deslumbre.

1 Comments:

At 24 julho, 2006 03:14, Anonymous Anónimo said...

faço votos para que o pretigiado repórter tenha levado consigo "um amigo também"... ou dois ou três, ou meia dúzia, para se cumprir o malogrado ritual, de deixar a malta que vem, humildemente, dançar no seu dia, pendurado(a)... assim, enquanto esperam há sempre tempo para um comentariozito, do tipo: "um são filhos da mãe... e outros são filhos de uma senhora da plebe, de baixa reputação social..." - mas claro... este tipo de danças são mesmo sociais, temos que levar uns com os outros!

Um abraço para A TURMA de sexta...;)

 

Enviar um comentário

<< Home

Dual Drill
Free Web Counter
Dual Drill