As pausas na dança
Tem movimento e tem pausas.
A beleza principal está na postura e nas pausas.
As pausas são um parar no tempo e no espaço.
Nas pausas vê-se a graciosidade e a harmonia.
São uma espécie de pose para a fotografia.
Acho que a nossa memória não regista filmes, regista fotos ou «flashes» dos acontecimentos.
É isso que vemos quando recordamos alguém ou algum acontecimento passado.
Pelo menos comigo é assim.
Quem me conhece sabe que gosto de fotografia.
Procuro o parar do tempo e do espaço.
Procuro comprimir numa imagem uma história que vale mais que mil palavras, uma expressão que define a pessoa.
Procuro o «momento decisivo» que uma foto de Henri Cartier-Bresson conseguia captar.
Procuro imortalizar o momento numa imagem, para quando olhar mais tarde para a fotografia, refazer mentalmente o filme completo.
O movimento de um filme transforma a memória numa simples máquina.
Uma fotografia deixa-nos ser pessoas. Permite que a memória melhore sempre o passado.
Um filme é o que é. Uma fotografia abre as portas ao que quisermos que seja.
Tal como uma fotografia, as pausas da dança são uma eternização do momento.
O eterno da arte.
Cumprimentos e até sexta.
Fernando Vilas Boas.
2 Comments:
fernando, gostei muito deste texto!
também gosto de fotografia; acho que fotografo até demais!...
mas no meio de tantas fotos pelo menos consigo algumas que são mesmo únicas, irrepetíveis, daquelas que nos ficarão para sempre a melhorar a memória do passado :)
e recordar também é viver!
boas danças!
Excelente artigo este, boa selecção das fotografias escolhidas...Parabéns
Pedro Barros
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