As voltas e o retorno
Caro Rui:
Ao tema de hoje, resolvi chamar AS VOLTAS E O RETORNO.
Já todos notamos que qualquer dança tem habitualmente movimentos circulares, seguindo uma linha em volta da sala.
Aliás, confesso mesmo que duas das minhas muitas dificuldades são dançar a valsa vienense sem ficar com a cabeça e o estômago a andar às voltas e, nas outras danças, “fazer os cantos”.
Para os cantos posso sempre dançar numa tenda de circo, mas para as voltas e mais voltas tenho muito que evoluir.
Até lá posso sempre pensar no porquê das coisas, designadamente no porquê da forma de dançar.
A dança acaba por ser uma repetição de movimentos e passos.
Mas tal não a desvaloriza ou torna desagradável.
Acho mesmo que a dança desacredita o “mito do eterno retorno” de Nietzsche (“A eterna ampulheta da existência será sempre virada outra vez - e tu com ela, poeirinha da poeira !”)
Na verdade, nesse mito viveríamos numa repetição, em que estaríamos condenados a executar eternamente os mesmos passos, bons ou maus.
A repetição acarretaria a «Insustentável Leveza do Ser» (Milan Kundera), pois cada mínima dor ou prazer repetir-se-iam eternamente e assustadoramente.
Qual o saldo dessa repetição?
A felicidade ou a loucura.
Imagino-me numa dança eterna, com voltas sem fim.
Será a beleza e o prazer eterno para alguns.
Cá por mim, ou isto muda … ou vou passar a vida a vomitar.
Cumprimentos e até sexta.
Fernando Vilas Boas
3 Comments:
Que Valsa Fantástica....
:-)
Rui, quero dançar uma valsa destas contigo, pode ser?
Beijos a todos
quando for grande quero dançar assim!!!
oh fernando, adorei a ideia de dançar numa tenda de circo!
:)
Ó Fernando já deves estar mais contente no baile de sexta aprendeste mais uns passinhos de valsa e agora já sai melhor as voltinhas em paralelo com a Senhora! Valsita estou sempre disponível para valsar contigo! Os teus leitores aguardam também por mais artigos teus!!
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