A Dança de cada um
Já vimos que a dança tem regras.
Tem movimentos definidos, com nomes próprios, etc.
Mas a dança não é um saber cumulativo como a física, que vai evoluindo sobre as descobertas anteriores.
A dança é livre.
Não se pode dizer que hoje se dança melhor que há cem ou mil anos atrás.
Dança-se diferente.
As regras da dança também não são fixas.
Evoluem, são inventados novos estilos, novos passos. Esquecidos outros.
Mas a liberdade não é só da dança em geral, também é de quem dança.
Não há grades na dança.
O mesmo passo executado por duas pessoas diferentes sai sempre diferente.
Cada um tem a sua dança.
Com alguém dizia: «Cada um é como cada qual e deve tratar-se consoante».
Mas por vezes, querem-nos impor regras fixas na dança da vida.
Querem-nos transformar em fotocópias, na maneira de pensar, de agir, etc.
No início dos anos oitenta, os Pink Floyd lançaram «The Wall» e a famosa frase:
“Hey! Teachers! Leave the kids alone!”
Foram mal interpretados.
Não protestavam contra os professores, mas contra o “sistema” que faz de cada um apenas um tijolo na parede.
A criança que olha para a foto do pai morto na segunda guerra e pergunta:
Pai, o que é que deixaste para mim?
Afinal de contas, apenas um tijolo na parede.
http://www.youtube.com/watch?v=ivRQxkuF3GI
Daddy's flown across the ocean,
Leaving just a memory,
The snapshot in the family album,
Daddy what else did you leave for me?
Dad, what you leave behind for me??
All in all it was just a brick in the wall,
All in all it was all just bricks in the wall.
Será que não continuamos a ser apenas um tijolo na parede?
Cumprimentos e até sexta.
Fernando Vilas Boas.
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