quinta-feira, julho 31, 2008

Congelar

Associamos a dança ao movimento.

Mesmo as pausas fazem parte da coreografia.

E a coreografia é acção.

Na nossa mente só o movimento faz sentido.

Até o ditado diz: «parar é morrer».

O que acontece quando tudo pára à nossa volta?

Quem já pensou nisso?



O sentimento não é só de estupefacção.

Tudo fica absurdo.

O mundo vira de pernas para o ar.


Fernando Vilas Boas

quarta-feira, julho 23, 2008

O baile em Arcos

O nosso repórter de exterior andou por aí a espreitar os bailes de verão! Não foi difícil e acabou em Arcos de Valdevez num salão amplo e cheio de caras simpáticas, prontas a arriscar uma fotografia de reportagem. As primeiras impressões são magníficas e reflectem o entusiasmo pelas danças de salão. Na realidade, o sentar à mesa foi mesmo só pelas caras bonitas, porque o que realmente interessou foi o baile! Mas, para que as fotos fiquem legendadas, a primeira conta naturalmente com o presidente da escola em alegre cavaqueira com alguns alunos, depois, seguem-se mesas preenchidas com alguns dos dançarinos do grupo de exibições em latinas, mais caras lindas de turmas de nível intermédio das danças de salão e, finalmente, a exibição de Cha Cha Cha, com muitos New Yorks pelo meio! Nos próximos episódios desfilam na galeria mais fotos dos participantes...
















quarta-feira, julho 16, 2008

Os nossos professores

«Cavalheiro troca de senhora»

O baile de sexta conhece bem estas palavras, na voz do Filipe, da Vera ou, agora, do Armando.

O Filipe não grita, só fala alto.

A Vera não necessita de gritar, nem de falar alto.

Temos agora o Armando.

Um caso bicudo de técnica e perfeccionismo.

As suas marcas pessoais:

- O penteado inimitável.

- O chi-qui-pum.

- O estalar de dedos.

- O passo largo, numa estatura média, que faz pequena a sala.

As marcas que causa em nós:

- O embaraço estampado no rosto dos cavalheiros quando os “agarra”.

- O sorriso trocista das senhoras ao verem o espanto dos cavalheiros.


O primeiro embate está ultrapassado.

O baile-de-sexta dá-lhe as boas vindas e espera educá-lo em breve.


Fernando Vilas Boas

quinta-feira, julho 10, 2008

Nova dança

Pensei que a última moda era o créu. Mas não.

Podem ser notórias as diferenças culturais.

Variam os ritmos, variam os ideais de beleza.

A BBC Brasil noticiou que na Costa do Marfim “nasceu” uma dança, que reflecte um ideal de beleza pouco convencional entre nós.

A dança foi criada a partir da música Bobaraba, que significa "traseiro grande" no idioma local dioula.

Enquanto a dança se espalha pelas casas nocturnas do país, no mercado de Adjame, no norte da capital, Abidjan, estão à venda produtos que até prometem aumentar o dito cujo.



Modernices.

Fernando Vilas Boas

segunda-feira, julho 07, 2008

Um novo ciclo

Com o baile de sexta a completar quase três anos de existência enquanto grupo de danças de salão, chegou a hora de entrar num novo ciclo de vida. As transformações foram várias neste tempo curto de existência e o grupo foi moldando-se e adaptando-se à entrada em cena de novos protagonistas. Para não falar sequer na quantidade imensa de gente que passou pelo grupo, tomou parte nas aulas, participou nos bailes, com maior ou menor frequência, o salão, sempre repleto de muitas dançarinas e dançarinos, teve como maior desafio a adequação às exigências dos novos professores de dança.

O impulso inicial que o Filipe deu ao baile de sexta foi decisivo para a exportação do carisma do baile a toda a escola. Até hoje tivemos sempre a presença sempre mais ou menos garantida do Filipe nos destinos da sexta, noite de salão. A ele devemos muitos dos passos até hoje aprendidos e, fundamentalmente, a alegria do bem de se estar entre amigos. Sabia bem chegar a sexta à noite para passar umas horas de êxtase total e hilariante no salão. Uma dose brutal e frenética de passos variados nos diferentes géneros e a carga máxima de boa disposição e humor fizeram das aulas do Filipe um momento de total comunhão entre todos.

A presença serena da Vera veio dar um novo empurrão ao baile de sexta. O toque feminino que faltava e um freio no excesso de boa disposição para uma concentração maior no essencial de cada tipo de dança. Com a Vera, o baile ornamentou-se para o salão. Foram aprendidas mais regras, damas e cavalheiros ganharam maior lucidez e autoconfiança e as valsas começaram a ganhar maior volume e predisposição. Terá sido mais difícil, com certeza, para a Madame manter o salão digno desse nome. A euforia por vezes era tal que facilmente o baile descambava para espectáculos mais burlescos que propriamente de corte. Lentamente a Vera conduziu o baile a um salão iluminado, engalanado e preparado para gradualmente tentar passos mais arrojados e complexos. Com muita paciência também, tal era por vezes a histeria de estarmos juntos, mas nem uma só vez a Vera perdeu a paciência e a compostura!

Hoje, passados estes quase três anos, um novo ciclo começa. Com um grupo totalmente distinto do inicial, pode-se, todavia, dizer que não são poucos os que ainda se deixam seduzir pelo baile de sexta. Do núcleo de principiantes na arte do salão, poucos restam, mas a injecção de novos dançarinos veio garantir que o baile se perpetua por mais umas quantas sextas. O novo professor de danças volta a ser masculino, mas é a simbiose perfeita dos antecessores. Monsieur Armando mostrou raça e com quantos sapatos se faz um salão, já na primeira aula desta nova temporada. Sem propriamente ser um estranho ao baile de sexta, o salão experimentou esta semana a tónica das aulas futuras: um repetir exaustivo dos passos e um olhar atento ao pormenor. Os cavalheiros puderam também experimentar dançar em par com o professor, uma experiência inicialmente desconfortante, perante a memória ainda muita presente da deslumbrante Vera, mas que se transformará por certo num baile ainda mais alucinante!

quarta-feira, julho 02, 2008

Senta-te ao meu lado

Eu canto para dormir
Uma canção da hora mais negra
Segredos que não posso manter
Dentro do dia
Baloiçando entre o êxtase e a depressão
Extremos do doce e do amargo
Espero que Deus exista
Eu espero e rezo

Arrastado pela corrente
A minha vida está fora de controle
Acredito que a onda me sustentará
Então deixo fluir

Senta-te
Senta-te ao meu lado
Senta-te
Por caridade

Agora estou aliviado em saber
Que estiveste em alguns lugares distantes
É difícil continuar
Quando nos sentimos completamente sós
Agora estou de novo em baixo
É pior do que foi antes
Se eu não tivesse visto tantas riquezas
Poderia viver com o facto de ser pobre

Senta-te
Senta-te ao meu lado
Senta-te
Por caridade


Aqueles que sentem o bafo da tristeza
Sentem-se ao meu lado
Aqueles que se sentem tocados pela loucura
Sentem-se ao meu lado
Aqueles que se acham ridículos
Sentem-se ao meu lado
No amor, no medo, no ódio, nas lágrimas

Senta-te
Senta-te ao meu lado
Senta-te
Por caridade, senta-te......



Fernando Vilas Boas

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