sexta-feira, setembro 29, 2006

Bal Moderne

Sábado, 30 de Setembro – 16h00
Palácio Vila Flor, Grande Auditório.
Dança / Serviço Educativo
Público-alvo: todos os públicos
Duração: c. 4 horas
Preço: 2,00 €


Três danças de aproximadamente três minutos cada foram especialmente concebidas para o Bal Moderne e são ensinadas aos participantes num Baile, animado pela intervenção de um DJ. Cada dança aprende-se em cerca de 45 minutos, num ambiente descontraído e festivo, alternando-se cada sessão com uma pausa de 15 minutos durante a qual os participantes podem dançar “livremente”, descansar e conversar. Após a demonstração das três coreografias, o Baile continua em ambiente de festa.

Nem a idade, nem a aptidão para dançar constituem um obstáculo ao prazer de participar no Bal Moderne – a mistura equilibrada das diferentes danças propostas permite que todos encontrem algo com que se identifiquem. As danças foram pensadas de forma a não excluir ninguém, mesmo aqueles que vêm sem par ou acreditam que não têm “jeito para dançar”. O essencial é que todos dancem juntos num ambiente de partilha, entreajuda e diversão. O essencial é o prazer de dançar!

O Bal Moderne foi concebido, em 1993, por Michel Reilhac para o Festival Paris Quartier d’Eté e é produzido, desde 1996, pela companhia belga ROSAS. Desde a sua criação, este projecto teve êxito imediato, tendo já percorrido diversos países como a Holanda, Alemanha, Canadá, Dinamarca, Suíça, Reino Unido e algumas cidades portuguesas.


quinta-feira, setembro 28, 2006

Um novo ciclo

O que esperar deste novo ciclo de danças de salão e que em Setembro começou? São muitas as ideias que me ocorrem, algumas fáceis de pôr em prática, outras, algo distantes e sonhadoras. Há um elemento que interliga todo este corrupio sensível e esse é a vontade de ferro em querer dançar ou estar perto de quem dança. O que me aflige em primeiro lugar é que as danças nos salões de S. Adrião estão disponíveis para determinadas horas e em formato de aula, o que significa que nem sempre se pode dançar o que se quer. Como complemento e para pôr em prática a aprendizagem da semana em S. Adrião, procura-se um espaço que permita às centenas de praticantes libertar as energias. Chamemos-lhe matiné dançante e seria um salão de baile a gerir numa tarde de sábado ou de domingo que servisse de chamariz para todos, especialmente aqueles que por este ou aquele motivo nem sempre podem ir ao populum, a uma maratona dançante pela noite fora. De cariz esporádico poder-se-ia transformar com o tempo em algo constante, numa referência em Braga! Procura-se um espaço com assessoria de bar e casa de banho, desde hotéis, a quintas, passando por paróquias ou juntas de freguesia, o importante é que seja um salão suficientemente grande. Se já foram ao pequeno bar Ferradini, dinamizado com muita garra pela Vânia, provaram um pouco do bolo a que me refiro. Um espaço informal, democrático e sem valor acrescentado!

Outra ideia que tem fermentado é a do concurso de danças de salão. Seria uma óptima forma de estimular todos os bailarinos que correm por gosto e que procuram esmerar-se cada vez mais. Um concurso inter-turmas, nivelado em dois ou três escalões, do tipo iniciados, intermédio e avançados! Convidando entendidos na matéria de fora, para não ferir susceptibilidades, alargava-se a participação de vários pares, com géneros de dança obrigatórios mas livremente coreografados. Atribuindo medalhas ou taças aos participantes, estimulava-se simultaneamente o brio pelas danças e o sentido da responsabilidade. A competição sadia, através das coreografias, do esmero na escolha das melhores canções, no deslumbre com os fatos feitos na correcta medida, faria com certeza crescer o gosto pelas danças de salão e aumentaria o nível de exigência.

Muitas mais ideias estão a cozer no pote, no entanto, aqui ficam estas duas para que se lance um verdadeiro fórum de discussão em torno das danças de salão!

De Campos

terça-feira, setembro 26, 2006

Sem Palavras! Retrato VII

Em S. Adrião, como eu, muitas outras senhoras começaram a sua paixão pelas danças de salão com o Filipe ou, ultimamente, com o Zacarias. Na verdade, a forma masculina de ver as danças é muito diferente da feminina. Com a Vera tudo é bailado. São os pormenores que contam, a dança é levada aos cantinhos, às voltinhas e a forma do pé entrar ou sair neste ou naquele passo faz toda a diferença. Não é justo uma comparação entre pares, mas o olhar feminino da Vera cativa, os seus gestos delicados são inspiradores e a delicadeza da pose tranquiliza todas as jovens aspirantes a dançarinas de salão. Senhoras e Senhores, um retrato sem meias tintas da Vera, conseguido entre mil e uma actividades a que a Professora se dedica.

Consideras-te uma das melhores dançarinas de salão em Braga?

Há uma Vera em ti que já pensou em deixar de dançar?

Gostavas de levar as tuas exibições além fronteiras?

A Valsa ou a Valsa? Tens a certeza de qual dos dois amores tu gostas mais?

Vera

entrevistada por

Madame X

segunda-feira, setembro 25, 2006

Misturas Imprevistas

O Tango e o Fado – Uma Viagem para a sedução e a melancolia.

Por vezes somos surpreendidos com algumas misturas, ou ligações, completamente imprevistas e que nunca teríamos imaginado assistir. São fusões absolutamente surpreendentes.

Foi o que me aconteceu há uns dias atrás, numa das minhas pesquisas na net, quando visitei o sítio www.attambur.com.

Nunca tinha pensado que o Fado, a nossa música nacional, tinha tanta coisa em comum com uma das danças mais enigmáticas que podemos aprender nas nossas aulas. O Tango…

Fado e Tango juntos? De que forma isso é possível? Pensei…mas de facto é…

Citando do site www.attambur.com (musicas do mundo), “ ‘O Tango e o Fado’ é um espectáculo onde se fundem a música do Mestre da Guitarra Portuguesa António Chaínho - acompanhado pela cantora Marta Dias – e a dança e coreografia do mestre do Tango Argentino, António Laguna.”

O artigo publicado neste site explica-nos como nasceu esta ideia de juntar Fado e Tango num espectáculo Único. E se virmos com atenção, esta mistura que de início nos parecia imprevista e inesperada, torna-se de facto uma fusão surpreendente. Este artigo continua dizendo que “esta fusão cultural aproxima duas culturas com trajectórias, historia e sentimentos similares… o fado e o tango, ambos nascidos em ambientes marginais, viajaram na memória dos tempos até aos dias de hoje”.

De seguida, percebemos a origem deste espectáculo, cuja “ideia surgiu depois de várias experiências realizadas em solo português”. Tratava-se de “algo original, que alcançou em 2002 um enorme sucesso em Espanha, tendo sido apresentado em várias cidades do país vizinho”.

“De resto, este espectáculo aumenta as certezas sobre o muito que existe em comum nestas duas expressões, sobretudo na forma como se sente e vive o fado e o tango, Uma mistura explosiva de sentimentos latinos: a saudade e a sedução”.

Depois de uma surpresa destas, fiquei bastante interessada em ver este espectáculo e de saber mais sobre esta ideia.

É mesmo surpreendente, não acham?

Boa semana e boas danças.

Célita (Valsita)

sexta-feira, setembro 22, 2006

Por que será?


Tudo começou com um convite de paraquedas. Iria haver uma aula de dança na freguesia onde habito. Não fiquei entusiasmado com o convite porque nunca gostei de dançar! Quando fui à primeira aula achei engraçado, o professor era o Filipe, sempre a incentivar os alunos, uns simples passos base e que para mim eram super complicados! Geralmente achamos que o nosso corpo é responsável por não conseguirmos concretizar certos objectivos… no fim da aula o Filipe, com o seu estilo próprio, em voz alta, comenta: “Quem vai fazer a inscrição?” E eu, sem grandes objectivos, lá fiz a inscrição, era mais uma actividade na minha vida. Após alguns dias, o gosto pela Dança começou a crescer, semana a semana o entusiasmo e ansiedade era maior. O nosso cérebro é o principal responsável pela correcta conclusão dos nossos anseios, o que ocorre quando nos deparamos como uma nova situação.

Foi nas Danças que conheci a Ana, por mero acaso somos vizinhos, por sinal, acompanha-me sempre que pode para um pezinho de Dança, para Dançar entrega-se de corpo e alma. É a sintonia perfeita para dançar Rumba, Cha-Cha-Cha, Tango, Samba, Valsa… kizomba! Felizmente fomos os únicos que não desistimos, pois todos os outros que iniciaram connosco acabaram por desistir mais ou menos no segundo ou terceiro nível.

Com o passar do tempo, a dança tornou-se uma paixão e também uma terapia para a mente. Sempre podemos dizer que as DANÇAS DE SALÃO, através dos movimentos constituídos, nos causam um sensação de alivio de bem-estar e de alegria, no entanto é complexo conseguirmos através de palavras explicar como a expressão corporal através da dança nos pode trazer tantos benefícios. No terceiro nível tive a professora Vera, uma pessoa 5 estrelas, por questões pessoais tive que mudar de turma e de professor, com muita pena minha, mas, em compensação, tive o professor Pedro que completa as minhas ambições na dança: é muito exigente na postura, como já alguma vez foi comentado por alguém neste blogue…um Senhor!

Até Breve Divirtam-se…

Cristóvão Machado

quinta-feira, setembro 21, 2006

A Valsa antes da Guerra de 1914

No início do século vinte, a dança moderna estava a tomar forma e muito da sua evolução dependeria das condições existentes nas grandes cidades da altura. Antes de 1914 não havia o equivalente ao salão de dança moderno. Os primeiros “Palais” modernos de dança surgiram depois e marcaram a diferença das velhas assembleias populares não só pelo seu tamanho e equipamento, mas também pelo seu programa. O “Palais” propunha um programa actualizado com uma orquestra moderna em vez de um programa composto por danças em sequência e tocado por uma “Banda Quadrille” nas velhas assembleias. Havia também numerosos clubes de dança. Não eram clubes na verdadeira acepção do termo, pois não eram proprietários dos imóveis, mas utilizavam os grandes salões de baile. Cada um destes clubes era na realidade uma série de danças semanais ou bissemanais com uma inscrição a cobrir o tempo praticado. Era nestas danças que se encontravam os melhores dançarinos do tempo e onde se apreciava as bandas mais famosas a tocar a música mais actual.

No início do século vinte a Valsa era suprema. Desde que foi introduzida nos bailes de Londres sofreu muitas alterações, a maioria das quais de natureza volátil como em finais da década de 1840, quando durante algum tempo a valse à deux temps estava na moda. Depois surgiram as valsas saltitantes, as valsas lentas e mesmo outras mais ortodoxas. Em geral, os passos da valse à trois temps, descritos por Carlo Blasi em 1830, permaneceram com pequenas modificações. Se em 1910 a música de Valsa era suprema, a velha valsa rotativa lutava pela vida e surgia uma disputa entre os velhos senhores do baile e a geração mais nova da altura sobre como a música devia ser interpretada pelos dançarinos. Deve ser recordado que nesta altura só nas assembleias populares e nas academias é que a Valsa era tocada de forma lenta. Em todos os outros lugares, nas danças particulares, nas danças com inscrição, nos bailes regionais e nos clubes de dança, a música era tocada a um ritmo elevado. A disputa ostensiva entre as duas facções girava em volta de adoptar ou não a Valsa rotativa para esta música rápida ou a forma mais rectilínea de valsar denominada Boston.

Na Boston, os pares apoiavam-se à moda americana da altura, anca com anca. A senhora estava à direita do homem e ambos os pés se encontravam afastados do seu par. O ritmo ou a duração relativa do tempo na Boston não era dactílico (longo, curto, curto) como na Valsa mas todos os três passos eram de duração igual. Os seis passos necessários para a volta completa ocupavam dois tempos da música – o dobro do tempo exigido na valsa rotativa. Os passos eram dados cobrindo a superfície total dos pés quanto possível. A Boston desapareceu logo a seguir a 1914, depois de uma carreira curta mas meteórica.

Victor Silvester, Modern Ballroom Dancing (Ebury Press 2005, pp. 15-18)

Traduzido e adaptado por

De Campos

quarta-feira, setembro 20, 2006

O baile dos Gatos Jellicle


Sábado, 16 de Setembro, foi um dia mágico para mim e para todos os que se deslocaram ao Coliseu do Porto para ver o musical Cats de Andrew Lloyd Webber. Os vinte anos de lotação esgotada no West End de Londres e na Broadway de Nova Iorque eram mais que garantia de uma noite memorável. Não somos só nós que dançamos em Braga, os gatos também dançam e nessa noite reuniram-se todos numa lixeira sombria e esquecida das ruas de Londres para um grande baile Jellicle que celebra a autenticidade e a tenacidade dos gatos Jellicle.

Na noite de lua cheia o velho Deuterónimo irá escolher o gato Jellicle que irá renascer numa nova vida Jellicle. No baile desta noite todos os gatos Jellicle vão desfilando em bailados magníficos e apresentando ao público as suas qualidades. Há a Victoria, uma gata branca belíssima, Munkustrap, o gato cinzento malhado, Rum Tum Tugger, o rei do Rock e dos Blues que é também um gato pomposo e cheio de estilo, Grizabella, uma gata outrora glamorosa e que agora se vê rejeitada pela tribo dos gatos Jellicle por ter rumado até ao mundo de fora. Bustopher Jones é o gato milionário, opulento e obeso que passa os dias abraçado a bolos e iguarias que tais. Macavity, um gato ladrão, é o terror das sombras, o marginal destemido que todos temem. Mungojerrie e Rumpleteazer são gatos adoptados por uma família e que estão sempre a fazer asneiras e em apuros. Há também Skimbleshanks, o gato da linha de comboio, sempre atento às passagens das locomotivas e aos horários cronometrados das linhas. Gus é o gato dos palcos, preso às memórias de um passado glorioso, mas capaz ainda de uma presença em palco poderosíssima. Mistoffelees, astuto na arte da magia, é capaz de autênticos milagres, o único, aliás, que consegue libertar o velho Deuterónimo das garras de Macavity.

E por trás do mundo mágico do musical Cats está o monumental compositor, produtor, escritor e encenador Andrew Lloyd Webber que, inspirado no poema Old Possum’s Book of Practical Cats de T. S. Eliot idealizou a música em 1977, trabalhando afincadamente para que nos anos oitenta o bailado musical pudesse ser finalmente apresentado ao público londrino. A celebridade dos gatos Jellicle atingiria um êxito estrondoso em pouco tempo. Quem quiser saciar a curiosidade ou rever os momentos mágicos do musical, pode fazê-lo num sítio fabuloso na Internet: http://www.reallyuseful.com/rug/shows/cats/show. Aí tem toda a informação, em inglês apenas, e poderá, inclusive, visionar partes do musical. No Coliseu do Porto, os gatos Jellicle vão bailar até ao final de Setembro, não percam esta oportunidade única. Despeço-me com os sons magníficos do poema canção de Grizabella:

Memory

All alone in the moonlight

I can smile at your face

I was beautiful then

I remember the time I knew

What happiness was

Let the memory live again



De Campos

terça-feira, setembro 19, 2006

Sem Palavras! Retrato VI

Uma brisa tem corrido suavemente pelos cantinhos de Braga e lentamente tem trazido um novo aroma e frescura às danças de salão. Falo muito claramente de um rapaz apaixonado pelo Rock & Roll, que todos já alguma vez viram dançar loucamente em exibição com o seu par maravilha, a Vera. O Zacarias tem algumas turmas de iniciação em S. Adrião e foi o responsável máximo por uma viagem memorável no Verão até ao centro do País, ao Fundão, onde se bailou um fim-de-semana sem parar. Rapaz de mil e umas ocupações, aceitou o convite expresso da nossa rubrica e pousou para a câmara.

Zaca... Consideras-te um bailarino de primeira estirpe?

O que achas das bailarinas em Braga?

O Jive é um género de dança assim tão diferente?

Estás ciente que deixas as senhoras loucas de emoção com os teus passos mágicos?

Zacarias
fotoentrevistado
por
Madame X




segunda-feira, setembro 18, 2006

Musica no Coração

Não… não se assustem que não vou falar no programa da tarde da RTP1.

Hoje lembrei-me de um dos meus filmes de eleição. “Sound of Music – Música no Coração”

Já tem mais de 40 anos mas continua incrivelmente marcante.

Infelizmente, só passa na televisão por altura do Natal. Tantas vezes isso aconteceu que já não parece Natal se não conseguir ver o filme…

A história já toda a gente conhece… Uma noviça, sem grande vocação, sai do convento para ir trabalhar para a Família Von Trapp, ficando a cargo da educação de sete crianças.

Esta noviça, Maria de seu nome, é uma jovem que passa os seus dias a cantar, e a quem as regras rígidas do convento não conseguem dominar.

Já em desespero de causa, a Madre superiora encaminha Maria para a casa do Capitão Von Trapp, onde ela se torna ama dos seus sete filhos.

Na casa deste aristocrata viúvo, cujas regras não deixam espaço para a música ou divertimento, Maria vai conseguir transformar por completo a vida de todos. Vai ainda apaixonar-se pelo frio Capitão, e tornar-se mãe dos seus sete filhos.

Bem… assim contada a historia, e o filme não pareceria ser nada de especial. Mas a verdade é que neste filme, cada canção é um clássico e cada momento uma verdadeira obra-prima.

Desde o inicio que nos vemos fascinados pelas melodias.

E para nós, amantes das danças de salão, temos ainda a surpresa de vermos algumas valsas lindíssimas dançadas em salões majestosos.

Destaco uma das cenas, onde o Capitão e a jovem noviça partilham uma dança, no pátio, ao som da música que a orquestra toca no salão… memorável!!!

Todo o filme, além da excelente banda sonora, tem pequenas subtilezas musicais absolutamente deliciosas. Por exemplo, a de relacionar as sete notas musicais com as sete crianças Von Trapp, notas que orquestram a vida desta família.


E como este é um filme que vale a pena recordar, cá fica a sugestão. E ao passarem a cena onde Maria tenta acalmar as crianças durante uma noite de tempestade, aproveitem para valsar ao som de “My favorite things”… Irresistível.

Célita (valsita)

sexta-feira, setembro 15, 2006

Quase em Núpcias

A entrevista desta sexta-feira é a um par muito especial. A Eduarda e o Filipe vieram para as danças de salão há quase um ano e preparam-se agora para dar um passo maior, das dezenas de passos já dados. São primorosos dançarinos e o salão de baile fica irremediavelmente mais alegre quando aparecem. Ultimamente têm estado muito ocupados. Em vésperas de casamento, tiveram tempo para me conceder uma entrevista e de falar sobre aquilo que mais gostam: as danças de salão!

Porque é que gostas tanto de dançar o Tango, Duda?

(Eduarda) Pelo simbolismo, pela flor, a postura. Eu não gosto muito de passar grande cartolina aos cavalheiros. O Tango permite-me distância no coração. Depois, também gosto de pôr rosas nos dentes e de ter aquela sensação de dor, principalmente se as rosas tiverem espinhos! Danço desde os dez, agora que a anca pesa mais um bocadinho, já tenho mais dificuldade. No entanto, tenho um par para me ajudar a tornear a anca.

(Filipe) Não há nada que umas palmadinhas no rabo não resolva!

E como é que tudo começou em S. Adrião?

(Eduarda) Viemos de propósito para dançar. Ele veio comigo, mas ficou atrás da porta. O Filipe foi buscá-lo, disse-lhe que eram 70 euros e nós aguentámos até hoje! Desde então tem sido um delírio! Espero que muita gente me veja a dançar quando tiver noventa.

Foste arrastado para as danças, Juanito?

(Filipe) Eu sempre gostei de dançar mas achava que nas aulas de dança não ia relaxar, obrigado que seria a seguir os passos! No entanto, senti logo na primeira aula que era capaz, que era um furor!

O teu corpo em V obedeceu?

(Filipe) As aulas de dança foram um óptimo substituto da musculação. Enquanto seguro a mulher nos meus braços, sinto todos os músculos a darem ao de si! A dança completou-me. Eu gostava de dançar mas não sabia como. Agora sinto-me mais à vontade e quero mais!

Foram tudo rosas? Chegar e vencer?

(Eduarda) Não exactamente. Primeiro vieram as ortigas até acertar com os sapatos! Depois comprei umas sapatilhas da Nike e senti-me uma mulher mais leve. Foi um zoom na minha vida. Foi o Juanito que mas ofereceu, preocupado com o meu bem-estar.

E daqui para a frente?

(Filipe) Gostava que não houvesse férias nas danças de salão!

(Eduarda) Gostava de viajar mais com o grupo das danças. Mostrar a outras escolas como se dança em S. Adrião.

Eduarda e Filipe

Entrevistados por

Madame X

Estreia

ESTREIA NACIONAL DO NOVO ESPECTÁCULO DA COMPANHIA RUI LOPES GRAÇA

22 e 23 de Setembro – 22h00
Dois

Dança
Companhia Rui Lopes Graça
Vários locais do CCVF
Preços:
7,50 € - 5,00 € c/desconto



O Centro Cultural Vila Flor é palco para a estreia nacional do novo espectáculo da Companhia Rui Lopes Graça, em co-produção com o CCVF e o Teatro Aveirense.

O projecto “Dois” parte da ideia de que o fascínio pelo encontro amoroso se encontra na impossibilidade de lhe dar continuidade e na atracção que essa impossibilidade ou fatalismo provoca nos outros. Não somos indiferentes ao abismo de Romeu e Julieta ou de outro qualquer amor trágico. Atraídos pelo drama que se adivinha, precipitamo-nos na curiosidade do seu desenlace, como que expectantes do desfecho da nossa própria história.

“Dois” é um espectáculo para dois intérpretes, pensado a partir da ideia de Romeu e Julieta, em que o acessório é apagado, para enfatizar o essencial do encontro entre os dois.

O texto, suporte e base da pesquisa do material coreográfico, é recortado e recomposto a partir do texto original recriando-se assim uma nova dramaturgia. Momentos de diálogo são transformados em monólogos que servem de base a este intento de manipular e redimensionar, como se tudo se passasse no íntimo de cada uma das personagens e não fosse necessário um interlocutor exterior para poder revelar o que em cada um deles existe.

O espectáculo terá lugar nos dias 22 e 23 de Setembro, às 22h00, e irá percorrer vários espaços do Centro Cultural Vila Flor, culminando no Grande Auditório.

quinta-feira, setembro 14, 2006

Como começam as danças

Uma dança, como qualquer outra coisa viva, tem que evoluir ou desaparecer, não pode permanecer imutável. No momento em que uma dança popular fica estandardizada, de tal modo que não pode mais evoluir, os seus dias estão contados. Irá para a prateleira fazer companhia ao Minuet, à Gavotte, à Polka e a outras outrora favoritas. Quais são então as características de uma nova dança antes de poder sonhar ser o êxito do momento?

A primeira é um ritmo facilmente reconhecível, que entre bem no ouvido e que seja absolutamente novo no baile de salão, pois uma nova dança nasce de um novo ritmo. Não conseguimos encontrar nenhum exemplo de um qualquer ritmo que tenha regressado para uma segunda vida. As danças mais antigas como o Minuet, a Gavotte e a Polka, mas também a Valsa, o Tango e o Foxtrot, eram tudo ritmos novos no salão de baile quando foram introduzidos. Eram também compostos em tempos conhecidos – 2/4, 3/4 ou 4/4 – e, assim, não se consegue descobrir nenhum ritmo num tempo menos frequente que tenha sido apelativo.

Uma outra característica de uma nova dança bem sucedida define-a como um ritmo ao qual os passos de nenhuma dança existente podem ser razoavelmente enquadrados sem um mudança súbita que altera a natureza dos passos por completo. Por exemplo, houve dificuldade em popularizar a Rumba até que as bandas começaram a tocá-la com o verdadeiro sentimento da América Latina e não como uma dança algo parecida com o Foxtrot.

Consideremos agora o ponto mais importante de todos: de onde vem o ritmo que compõe a nova dança? Em todos os casos estudados ele tem como origem certa as danças populares. O Minuet, a dança mais estatal de todas as danças palacianas, veio originalmente dos camponeses de Poitou, a Gavotte das gentes da Provença, ambas na França, a Valsa das canções populares do Sul da Alemanha e a Polka da Boémia. Quando as possibilidades da Europa tinham sido esgotadas, a população branca da América do Norte virou-se para os ritmos à sua porta, e dos Afro-Americanos veio o Foxtrot – um ritmo que tinha as suas origens em África. Desde então as danças da América Latina ganharam uma popularidade tremenda no baile de salão: o Tango dos gaúchos da Argentina, a Rumba, o Cha-Cha-Cha, o Samba. E, agora, da sua terra em Espanha, veio a avassaladora dança de exibição, o Paso Doble.

O modo como uma nova dança se espalha socialmente é também interessante; no seu país de origem, de ser uma dança popular das gentes, de um ritmo simples e fascinante para uma forma modificada, para algo mais sofisticado. Noutros países ocorre o contrário. A dança é recolhida na sua esfera por turistas ou viajantes e é depois levada para os países anfitriões onde é adaptada.


Victor Silvester, Modern Ballroom Dancing (Ebury Press 2005, pp. 13-14)

Traduzido e adaptado por

De Campos

quarta-feira, setembro 13, 2006

O bailado de Killick

A pedido expresso da Valsita vou aqui fazer uma pequena análise do que foi para mim a exibição do Paul Killick no Populum, sábado 8 de Setembro. Não sou nenhum entendido na matéria, note-se, também não tenho conhecimentos técnicos que me façam alongar numa análise mais pormenorizada. As minhas notas são apenas de alguém completamente apaixonado pelas danças de salão, com um viciozinho impregnado e com imensa vontade de aprender cada vez mais. Como leigo na arte a curiosidade era muita e por essa razão me desloquei ao salão de baile para ver aquele que foi catorze vezes campeão do mundo nos vários níveis, desde iniciados, juvenis, juniores e avançados, sempre a representar a Grã-Bretanha. Estava também anunciado como uma lenda do Paso Doble, com o Paul Killick o Paso Doble nunca mais foi o mesmo, tendo mesmo o bailarino revolucionado o género com novos passos.

Na pista de dança a expectativa era grande e embora os pares enchessem o salão, estavam todos à espera do momento em que o bailarino entrasse. Assim aconteceu pouco depois da meia-noite, foi anunciado com poupa e circunstância e fez-se luz. As caras de espanto no rosto da assistência diziam tudo. O bailado era estonteante em voltas e mais voltas, o par dançava em sintonia perfeita, a bailarina obedecia elasticamente às exigências do comando de Paul, sendo arremessada com frequência para o parquet desde a segurança dos seus braços masculinos. Na sua forma esguia e esquelética, era claramente uma bailarina com formação clássica no ballet, como evidenciavam a sua pose e movimentos de braços e pernas. A música acompanhava solenemente os passos cronometrados dos bailarinos, parecendo caber apenas e unicamente o que estava programado pela magnífica coreografia apresentada. Um espectáculo digno dos melhores palcos do mundo!

Encheu-me as medidas e, todavia, fiquei um pouco desapontado pelo bailarino inglês não ter trazido à exibição um cheirinho de danças de salão. Apreciei imenso que tivesse dirigido umas palavras simpáticas à audiência, mas nem um bocadinho de Paso Doble, Cha Cha Cha ou Valsa! Foi um bailado lindíssimo sem dúvida mas, como aluno de danças de salão, a mim, interessava-se ver este modelo masculino, campeão do mundo, a dançar algo que eu pudesse reconhecer, algo que me fosse familiar: “Olha, está a fazer um New York!” ou então, “Ena, o ataque e o sixteen!” Talvez numa próxima vez que venha a Braga se lembre que está perante uma audiência especial, recheada de alunos de danças de salão!

De Campos

terça-feira, setembro 12, 2006

Sem Palavras! Retrato V

Muito se diz através de um sorriso ou de uma expressão e a nossa convidada desta semana prova a verdade sem palavras com tremendo poder facial! A Joana é uma jovem promessa das danças de salão, como testemunham não só os seus dezoito anos acabadinhos de fazer mas também a arte e a gentileza dos seus gestos no baile. Actualmente a frequentar níveis mais avançados, numa turma do Inatel, orientada pelo Pedro, o Furacão das Danças, assim é conhecida entre os amigos, gera tamanha energia à sua volta que o baile parece converter unicamente na sua direcção. Quem a vê dançar rende-se imediatamente à alegria explosiva dos seus passos e os afortunados que já tiveram a honra de alguma vez bailar na sua companhia, nunca mais foram os mesmos, rendidos à paixão dos seus movimentos, ao encanto da sua natureza bravia.

Joana é verdade que és um autêntico furacão a bailar?

Vais deixar as danças de salão agora que estás quase a entrar para a Universidade?

A ida ao Fundão foi um marco na tua carreira de bailarina?

Pensas em competir nos campeonatos internacionais de danças de salão?

Aceitavas um convite do Paul Killick para dançar um Paso Doble?

segunda-feira, setembro 11, 2006

Paixão Antiga

Chamem-me bimba, pindérica, pirosa! É verdade, assumo que aprecio bastante o trabalho do excelente artista George Michael. Esta admiração vem dos meus tempos de adolescente sonhadora romântica e em que o então rapaz fazia parte da banda Wham! A velha chama reacendeu-se num dia destes, durante as compras semanais no CARREFOUR, sim porque hoje sou uma jovem casada mas com a mesma alma romântica e sonhadora do passado. Estava eu a caminhar por entre os corredores repletos de CD’s, quando o álbum Ladies&Gentlemen (The best of George Michael) me piscou o olho. Foi mais forte do que eu e depois de um relance pelos temas que o compunham não hesitei e acrescentei-o ao carrinho das compras. Chegada a casa coloquei-o no leitor a um volume razoável e desde então tenho-me deleitado com os 29 temas do álbum. O dito é composto por 2 cd’s, um de música para o coração, com boleros e rumbas fantásticas, o outro com músicas mais mexidas para abanar um pouco mais o esqueleto. Confesso-vos que têm sido horas de intenso prazer! Recomendo-o para o ouvir no carro, para relaxar do trânsito caótico ou, então, ao final do dia, acompanhado de uma bebida bem fresca. Quem o quiser ouvir terá ainda a oportunidade de apreciar o verdadeiro artista a cantar um tema de Carlos Jobim, na língua de CAMÕES! A minha cara-metade também já se rendeu e é vê-lo a ouvir as músicas enquanto lá vai treinando mais uns passos de Rumba com toda a sua pose de dançarino. Como diz o poema A Paixão, de Carlos Tê e Rui Veloso, Não se ama alguém que não ouve a mesma canção. Aqui está a prova de como isto é bem verdade!!!


Sónia Barbosa de Campos

sábado, setembro 09, 2006

Paul Killick em Braga

Hoje quem for ao Populum dar um pezinho de dança vai ter a oportunidade única de apreciar um campeão mundial em acção. Paul Killick está entre nós e vai apresentar com o seu par uma exibição de danças de salão única. O baile de sexta vai estar lá com mil olhos postos na classe mundial deste bailarino. Quem tiver curiosidade pode visitar o sítio do Paul na Internet, onde poderá, por exemplo, vê-lo dançar uma Rumba ou um Paso Doble. A página pessoal tem também informação sobre os variados géneros de danças de salão, uma galeria de fotografias e o currículo extenso do bailarino.

Paul Killick parece ter nascido para dançar. O facto de ter sido capaz de se movimentar e reconhecer música antes mesmo de andar revelou ser o que o futuro lhe destinava. Depois de frequentar uma escola de teatro e artes desde os sete anos de idade, rapidamente se notou que o seu instinto para a dança era excepcional. O entusiasmo evidente na sua entrega captou a atenção dos seus tutores que o convidaram para aderir e estudar na famosa Escola Real de Ballet em Londres. Nesse momento da sua carreira teve que decidir entre frequentar a Escola Real de Ballet ou entrar no mundo competitivo das Danças de Salão. Catorze vezes campeão do mundo em danças de salão e latinas, a carreira do Paul foi desenvolvida representando a Grã-Bretanha pelo mundo nas divisões juvenil, júnior, jovem e amador.

Traduzido do sítio www.paulkillick.com/
por De Campos

sexta-feira, setembro 08, 2006

A minha história

A entrevista da rubrica de hoje é dedicada ao Filipe. A figura central de S. Adrião, agora apoiado pela Vera e pelo Zacarias, tem erguido turmas atrás de turmas e levado dezenas de curiosos a experimentar os bailes de salão. Hoje S. Adrião é um centro de danças de salão por excelência. Graças ao entusiasmo do Filipe, as salas estão desde há um ano renovadas e revestidas a parquet e espelhos. Não há uma só noite livre e as duas salas rivalizam em bailes nos mais variados níveis. Os salões enchem, os bailes são concorridos e o público agradece. Senhoras e Senhores, o Filipe em primeira pessoa:

Queres nos contar como abraçaste as danças de salão?

Há uns bons cinco anos fui até uma aula de uns amigos no Inatel. Deu-me logo imensa vontade de rir, mas simultaneamente tinha um desejo pavoroso de experimentar! O Lima Leite era o professor dessa turma e ao ver-me a rir ao fundo, interrompeu a aula e obrigou-me nitidamente a experimentar. Dancei Cha Cha Cha durante vinte minutos e fiquei desde então completamente apaixonado pelas danças! Fui então incluído naquela turma, ao Domingo à noite no Inatel. Essa minha primeira turma faz-me recordar muito o baile de sexta, a vossa turma, quer pelo convívio, quer pela amizade e a alegria que há no ar.

Apaixonaste-te por alguma dança em especial à medida que progredias?

Inicialmente só ia aquela aula de Domingo no Inatel, mas depois queria mais e mais e comecei a participar noutros bailes. As danças latinas sempre me disseram muito, estão nos meus genes. As clássicas custam a entrar no ritmo, mas depois de se aprender a dançá-las bem, tira-se partido total da gentileza e graciosidade de movimentos que elas oferecem. Uns amigos meus angolanos também me convidavam no início para algumas festas africanas. E lá, nessas festas, aprendi que a dança mais sensual era a africana e me ajudava a me soltar mais. O Kizomba e o Kuduro. O Kizomba é muito sensual e sensível. Posso afirmar que desde que aprendi a dançar a dois que nunca mais soube o que é dançar sozinho!

De aluno passaste depois a professor de danças?

Fazia há algum tempo voluntariado em S. Adrião, desde a colaboração em passagens de anos, passando pela organização de eventos e convívios. Tive uma conversa com o Lima Leite e propus-lhe que a escola abrisse em S. Adrião uma turma. Nessa altura já colaborava com o Lima Leite como dançarino e ele apostou em mim. Fui então para longe, no início como professor de danças de salão percorri as aldeias do Minho, estive em Terras de Bouro. As pessoas não conheciam o universo das danças de salão. Habituei-me a ter turmas imensas, o aluno precisa de uma turma grande, pois quer animação. É mais complicado mas prefiro, gosto de liderar muita gente, todo o tipo de gente.

O que mais te impressionou neste ciclo de danças que terminou no Verão?

O primeiro jantar de S. Adrião correu muito bem na Quinta da Aldeia. As pessoas aderiram em massa. Na altura, parecia que era um só grupo e não várias turmas. Quero continuar a fazer mais jantares dançantes e, já agora, ter tempo para mais actividades radicais que não têm propriamente a ver com as danças mas até mais com o convívio que as danças geram!

Filipe Carvalho

Entrevistado por

Madame X

quinta-feira, setembro 07, 2006

O legado moderno

Os primeiros passos da dança moderna foram dados em 1812 quando a pose moderna fez a sua aparição nos bailes de salão europeus, na Valsa. Há alguma divergência de opinião quanto à origem da Valsa. Os franceses pretendem-na associar à Volta, uma dança às voltas em três tempos e que veio para a Provença oriunda da Itália, algum tempo antes de Arbeau escrever a sua Orchesographie onde é descrita em pormenor. Hoje em dia é mais habitual associar as origens da Valsa aos estados do sul da Alemanha, onde foi primeiro observada em 1780. No início do século dezanove a Valsa teve que enfrentar uma oposição séria. Na Inglaterra, por exemplo, surgiu um partido Anti-Valsa, as mães proibiam-na e todo o salão de baile se tornou num cenário de luta e contenção. Alguns até versos escreviam contras os homens encontrados a valsar com as suas amantes:

“O quê! A rapariga que adoro por outro abraçada!

O quê! O bálsamo da sua respiração por outro homem provado?

O quê! Pressionada na dança pelo joelho de outro homem!

O quê! A ofegar reclinada sobre outro que não eu!

Senhor, ela é sua; Vós pressionastes da uva o seu mais belo azul,

Do botão de rosa sacudistes o trémulo orvalho;

O que tocastes podeis tomar, linda valsista – adeus!”


O desenvolvimento seguinte em direcção ao que denominamos dança moderna aconteceu de 1840 em diante, quando várias novas danças apareceram nos bailes de salão, incluindo a Polka, a Mazurka e a Escocesa. Simultaneamente generalizou-se a tendência para abandonar todos os passos decorativos como os entrechats e os ronds de jambs. No entanto, só em meados do século vinte é que uma nova forma de dançar a música de valsa, conhecida na altura como o Boston e o aparecimento do Rag trouxeram nova vida a uma arte estagnada. Estas inovações apelavam a uma geração mais nova que estava cansada da eterna Valsa rápida tocada por muitas orquestras húngaras e, assim, as danças de salão tiveram um novo aroma fresco de vida. A geração mais nova que dançava nos clubes antes da Guerra de 1914 revoltou-se contra a técnica artificial dos professores antigos com as suas cinco posições e os movimentos “bonitos”. Com o devir da Primeira Guerra Mundial, a rebelião contra as velhas instituições foi liderada pelos próprios dançarinos, não pelos professores, e introduziu um estilo mais livre e à vontade baseado mais ou menos nos movimentos naturais utilizados no caminhar. O aparecimento do Foxtrot em 1914 deu asas a esta rebelião e condenou ao desaparecimento a técnica antiga.

Victor Silvester, Modern Ballroom Dancing (Ebury Press 2005, pp. 10-12)

Traduzido e adaptado por

De Campos

quarta-feira, setembro 06, 2006

Primeiro Aniversário

Não, não é o primeiro aniversário do nosso blogue, que ainda é bebé com alguns meses, mas simplesmente me ocorre ser este o primeiro aniversário do baile de sexta, que faz um ano de vida, em conjunto com os bailes de quarta e de segunda, que sensivelmente há um ano começaram a aventura das danças de salão em S. Adrião com o Filipe. Não terá sido exactamente no princípio de Setembro, foi um pouco mais tarde, mas uma vez que após a pausa estival iniciamos nesta primeira semana de Setembro o nível três, julgo ser motivo para celebrarmos com uma pequena crónica o momento. Embora alguns dos alunos que compõem o conjunto de bailes tenham literalmente chumbado nos exames de final de época, eu incluo-me nesse lote, a vontade acérrima de caminhar em frente convenceu o Filipe em inclui-los no grupo dos afortunados que progrediu para nível superior.

Apesar de ainda rotulados de principiantes, os passos aprendidos ao longo deste primeiro ano de danças são bem mais seguros que nos hesitantes primeiros meses e a noção de ritmo e espaço parece ajudar na autoconfiança e na disposição para aprender mais uns quantos passos e mais umas quantas figuras! Muito se passou nestes meses de euforia, apanhados na rede, imersos subitamente no mundo empolgante e misterioso das danças de salão. O contacto directo no baile com os diferentes géneros musicais que compõem o arco-íris das danças, as amizades que gradualmente se construíram em volta de um universo novo, tendo em comum e como tema constante de conversa, o salão, os passos, os professores, as boazonas e os bonzões, os cromos que não atinam com os passos, as danças mais penosas e as mais excitantes, as saídas cada vez mais frequentes tendo como único motivo bailar, toda esta salada de fruta parece ter sido o suficiente para pôr esta malta a mexer, sem dúvida, mais felizes e com um ânimo redobrado para as tarefas mais tenebrosas do quotidiano.

É interessante constatar como os bailes se fundiram totalmente neste início de época. Esta primeira semana foi uma corrida ao baile. Na segunda-feira foi impossível dizer quem era realmente oriundo deste ou daquele baile. Estavam lá os de quarta, os de sexta e também os outros todos. Pura festa em ambiente empolgante, com o Filipe a inovar no som, com o seu novo leitor MP3! O baile promete e o entusiasmo dos alunos parece não ter fim. O grupo dos insatisfeitos está maior e para este novo ciclo de danças as ideias já brotam. Numa próxima crónica desenvolverei mais este assunto, mas para já aqui ficam algumas dicas: uma matiné dançante ao sábado ou domingo, um fim-de-semana com oficinas intensivas dedicadas a alguns géneros de dança, um concurso de danças de salão inter-turmas, um baile de máscaras no Carnaval, um musical a apresentar no final de época com a participação de todos os alunos interessados, etc. Neste virar de página, estas últimas linhas são dedicadas a todos aqueles que por este ou aquele motivo tiveram que suspender a participação nos bailes de S. Adrião. Deve ser penoso ter que deixar de fazer algo que se aprecia tanto! Podem, no entanto, ter a certeza que os que ficam nunca vos esquecerão e aguardam ansiosamente pelo momento em que a vossa vida abraçará de novo o baile!

De Campos

terça-feira, setembro 05, 2006

Sem Palavras! Retrato IV

Pois é… Depois das férias, é tempo para apresentarmos mais uma foto entrevista. Desta vez o Baile de Sexta foi encontrar um dos mais famosos bailarinos da nossa praça.

As meninas de Leça são as suas maiores fãs, mas a verdade é que o podemos ver a brilhar todos os fins-de-semana no Poppulum onde rumba como poucos.

Esta foto entrevista, retratada numa festa de verão num terraço maravilha, é o reflexo da sua boa disposição habitual. Senhoras e senhores, apresentamos o Ruca Mim.

Ruca, como vai ser este verão, quase sem dança?

Mas, a parte boa, é que estás de férias, não é?

Depois de quase dois anos a dançar, como imaginarias a tua vida sem as danças de salão?

E as meninas das danças de salão? Que tal é a rumba com elas?

A sério, são assim tão fantásticas?

Ruca Mim

entrevistado por

Valsita

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