sexta-feira, outubro 26, 2007

A Senhora

«Cavalheiro troca de senhora!»

Quantas vezes ouvimos isto?

Mas qual senhora?

São todas diferentes. Cada pessoa é uma pessoa.

Há quem qualifique as pessoas por tipos.

Será que podemos tentar fazer o mesmo às dançarinas?


Vejamos alguns tipos:

Tipo I:

Mandona. Segue o raciocínio de um sargento e, como tal, obedece à regra de que o cavalheiro comanda. Obedece mas discorda. Se o cavalheiro se engana no passo, leva um olhar gélido, ou um raspanete curto e seco. É perfeccionista.


Tipo II:

Semi-pró. Sabe os seus passos perfeitamente e muitas vezes até os do cavalheiro. Gosta de dançar com quem sabe. Nessa situação, dança de corpo e alma. Se o cavalheiro não estiver ao mesmo nível, dança com a alma ausente e olha como se ele fosse transparente, limitando-se a cumprir calendário.


Tipo III:

Maternal. Está quase ao nível da semi-profissional, pelo que também sabe os seus passos e sabe quando o cavalheiro se engana. Nessas situações, disfarça, dá uma ajuda e conduz a dança, mas de modo a que o cavalheiro sinta a ilusão de que sabe comandar.


Tipo IV:

Compreensiva. Não faz da dança o centro da sua vida, pelo que quer apenas melhorar e divertir-se. Ri quando se engana e ri mais quando se engana o cavalheiro. Se o cavalheiro for tímido, ela faz apenas um sorriso simpático.


Tipo V:

Envergonhada. Insegura. Boa dançarina, porque tem vergonha de se enganar. Desculpa sempre os erros do cavalheiro, porque acha que também ela pode errar. Para deslumbrar, falta-lhe apenas confiar. Normalmente tem mais beleza do que aquela que vê ao espelho.


Tipo VI:

Jovencita. Dança para se divertir e por isso não tem medo de errar. Mexe-se com a frescura da idade e com a confiança no futuro. O seu olhar ilumina. Dança sempre de corpo e alma e tem o céu como limite.


Tipo VI

Há finalmente, as da turma de sexta-feira (residentes ou visitantes): todas perfeitas.

Simpáticas e belas. Sabem dançar. Compreendem os erros dos cavalheiros. Como na vida real, convencem-nos que de são eles a conduzir. Sempre com um sorriso nos lábios. Só não comentam o blogue…


Fernando Vilas Boas

sexta-feira, outubro 19, 2007

Detrás do muro

Caros leitores do blogue:

Depois do referendo da semana passada, há que tirar conclusões.

Seguindo o método político, temos de admitir que, no confronto visitas / comentários, ganhou claramente a abstenção.

A maioria silenciosa a que apelei, não se manifestou!

Mas atenção: tal como os políticos, não aceito uma derrota.

Vejamos então o lado positivo das coisas e procuremos explicações.

Temos de admitir que os leitores do blogue são fiéis e activos, pelo que lhes chamarei leitores praticantes.

Ora, leitores praticantes nunca deixariam de, voluntariamente, cumprir o dever de responder.

Temos também de aceitar a evidência de que todos os que responderam estão vivos.

A contrário, os que não responderam estão mortos, apesar de visitarem o blogue.

O que nos permite extrair a primeira grande conclusão desde referendo:

HÁ VIDA PARA ALÉM DA MORTE.

Tal conclusão poderia acalmar os que procuram a solução para o seu problema metafísico.

Pura ilusão!

Com efeito, se os mortos visitam o blogue, mas não se podem manifestar, temos de admitir que vivem num sistema ditatorial, dominado pela censura.

Nada de bom!

Mas ao mesmo tempo, temos de colocar a possibilidade de o além estar dividido no tradicional céu e inferno.

Ora, pela natureza das coisas, a censura só pode ser no inferno.

Porém, se a maioria dos visitantes do blogue o fazem a partir do inferno, estou em maus lençóis. Ser popular no inferno não é ideia que levante a moral.

Como a explicação não agrada, avancemos.

É ponto assente que o problema se coloca nos visitantes do além ou, em linguagem politica, do círculo da emigração.

O primeiro aspecto para onde olhar é o universo eleitoral.

Parece-me que é aí que se situa o fulcro da questão: o número de mortos.

Com efeito, se o número de seres vivos do nosso planeta já ascende a uns biliões, a verdade é que, desde que deixamos de ser macacos, o número de mortos cresce vertiginosamente. Todos os dias.

Só que, ao contrário do número de vivos, que sofre abatimentos, o dos mortos é sempre a somar.

Logo, temos de admitir que o além está superlotado.

Essa superlotação há-de ter consequências dramáticas nas ligações à net.

O movimento do blogue prova que no download a coisa ainda vai, mas no upload é fatal.

Diria mesmo que deve ser “de morte”.

Daí a abstenção no referendo.

De onde podemos chegar à conclusão final:

É NECESSÁRIO AUMENTAR A LARGURA DE BANDA PARA O ALÉM.


Fernando Vilas Boas

domingo, outubro 14, 2007

Wally e Cyra

Caros bailarinos e amantes da dança

O PED (Populum Escola de Dança) organizou um Show demonstrativo de Danças Latino-Americanas para sexta-feira, 26 do corrente mês.

O par de bailarinos convidados é proveniente de Sevilha. Das várias actuações de nível Internacional, este par representou o seu País (Espanha) no Campeonato Mundial de Salsa em Porto Rico, 2007. Wally e Cyra irão fazer a sua estreia em Portugal, no Populum Bar.


A tarde de Sábado (com início às 16h) será preenchida com Workshops de Salsa onde irão incluir actividades variadas de Salsa a Par, Salsa Individual (técnica para Senhoras e Cavalheiros) e técnicas de postura e Poses Artísticas para coreografias de espectáculos/actuações.

Contamos com a vossa presença no sentido de receber e apoiar este par-maravilha em território Nacional!

Contamos também com a vossa participação nos Workshops variados que certamente serão do vosso agrado. Estes workshop serão de nível Iniciado/Intermédio por forma a permitir que alunos de todos os níveis e das modalidades das danças de Salão e Latinas consigam acompanhar sem grandes dificuldades.

Queremos trazer muito ritmo, muito sabor, muitas novidades e muita diversão!!!

Contamos com a vossa presença!

Todas as informações necessárias ao Show e aos Workshops encontram-se no cartaz em anexo. Mais informações por favor responder para este email ou contactar:


Prof. Fernando Dourado (danças Latinas): 91 786 51 85

Prof. Filipe Carvalho (danças de Salão): 91 223 03 08

Podem efectuar as vossas inscrições para os Workshops com os vossos Professores de dança. O pagamento será efectuado à entrada para o evento (que irá decorrer no Populum Bar).

SAUDAÇÕES DANÇANTES!

Fernando Dourado

quinta-feira, outubro 11, 2007

O muro digital

Faz uns tempos que venho escrevendo umas coisas, para acompanhar o Rui.

Há-de haver quem leia.

Tenho dúvidas. Imagino que o Rui também.

Serão fantasmas a visitar o blog?

Será a CIA a fazer visitas para ver se sou da Al Qaeda?

Estou atrás do muro digital e nada vejo.

Faço um referendo:

Gostam dos gostos?

Gostam dos temas?

Gostam das imagens?

Gostam das músicas?

Tem sugestões?

Não escrevo para ouvir elogios.

Isso ouve-se nos funerais.

Mesmo não sendo o Marechal Spínola, também eu apelo à maioria silenciosa para que se manifeste.

Aqui ou em fernando.vilas.boas@oninetspeed.pt

Is there anybody out there?

http://www.youtube.com/watch?v=aHN6AViJAvI

Fernando Vilas Boas

segunda-feira, outubro 08, 2007

Import Export


Quarta-feira, 10 de Outubro – 22h00
Les Ballets C. de la B.
Import
Export
Dança
Grande Auditório
Preço: € 12,50/€ 10,00 c/desconto

Guimarães recebe pela primeira vez a Companhia Les Ballets C. de la B. que sobe ao palco do Centro Cultural Vila Flor para apresentar o espectáculo “Import Export” estreado no Théâtre de la Ville, em Paris, onde foi altamente aclamado pela crítica.
“Import Export” é dança, teatro, malabarismo, música e arte visual. Tudo num só espectáculo de uma das companhias de dança contemporânea mais conceituadas a nível mundial. Seis bailarinos juntam-se em palco com o contra-tenor Steve Dugardin e os quatro músicos do “Kirke String Quartet” que interpretam composições de Bart Vandewege, explorando a fusão da música barroca com a música electrónica.

“Import Export”, a última produção de Koen Augustijnen para os Les Ballets C. de la B., faz-nos lembrar os filmes sobre escravos e os que arriscam a vida pelo sonho de uma vida melhor, numa luta de poder. Num tempo de globalização, desequilíbrios e desigualdades, as diferenças notam-se ainda mais. Neste espectáculo, Augustijnen aumenta a escala, mostrando-nos um mundo de homens e mulheres envolvidos num ciclo em que tudo e todos são usados e desprezados, alterando as relações de poder entre senhor e servo. Os bailarinos saltam como bolas, são arrastados pelo palco e os seus corpos são manipulados das mais variadas formas, misturando um certo humor com crueldade. Essa crueldade, esse sofrimento a que assistimos, faz-nos acreditar em tudo o que está perante os nossos olhos, que não é nada mais que uma visão ligeira daquilo que são os problemas da nossa sociedade, da fragilidade do sistema em que vivemos.

Fundada pelo coreógrafo Alain Platel, a companhia de dança Les Ballets C. de la B. é um colectivo criativo que se desenvolveu no centro de uma das comunidades de dança contemporânea mais profícua – a Bélgica flamenga – e que neste momento goza de um estatuto invejável no contexto da dança contemporânea europeia e mundial.


Ficha artística
Concepção e Direcção Koen Augustijnen
Bailarinos | Criadores
Lazara Rosell Albear
Koen Augustijnen
Marie Bauer
Juan Benitez
Gaël Santisteva
Milan Szypura
Altus Steve Dugardin
Músicos
Kirke String Quartet
Eva Vermeeren (violino)
Saartje De Muynck (violino)
Evelien Vandeweerdt (viola)
Herlinde Verheyden (violoncelo)
Música após composição Charpentier, Clérambault, Couperin and Lambert
Compositor Adaptação Musical Bart Vandewege
Compositor Música Electrónica Sam Serruys
Dramaturgia Guy Cools
Consultor Coreográfico e de Movimento Ted Stoffer
Consultor Música Barroca Steve Dugardin
Cenógrafo Jean Bernard Koeman
Desenho de Luz Carlo Bourguignon
Figurinista Lies Van Assche
Luz Kurt Lefevre
Som Sam Serruys
Direcção de Cena Wim Van de Cappelle
Construção de Cenário Koen Mortier, Koen Raes, Stéphane Mandeville, Wim Van de Cappelle
Produção e tour management Fien Ysebie
Fotografia Chris Van der Burght
Produção Les Ballets C. de la B.
Co-produção Théâtre de la Ville (Paris), Hebbel am Ufer (Berlin), Brighton Festival, Tramway (Glasgow), Place des Arts (Montréal), Théâtre Les Tanneurs (Bruxelles), Grand Théâtre de Luxembourg, TorinoDanza
Com o apoio de City of Ghent, Province East Flanders, Flemish Authorities
Agradecimentos Kunstencentrum Vooruit (Gent), Michel Gagnon and staff Place des Arts (Montréal)

sexta-feira, outubro 05, 2007

O HUMOR

O humor é universal.

Todos gostamos de humor. De rir.

Rir é o primeiro acto de relações públicas de qualquer bebé.

A capacidade de rir de nós e dos outros é que nos distingue dos animais.

Porém, o humor tem muitos caminhos.

Pode ser absolutamente desconcertante:

Lembro-me há uns anos de ter ido ao cinema com um grupo de amigos.

Entramos apressadamente já no início da sessão e ao procurar o meu lugar descobri que não tinha bilhete.

Quando o “lanterninha” apareceu, inventei na hora: Falta uma cadeira nesta fila!

O homem ficou tão baralhado que me arranjou outro lugar!

Mas o humor vai mais longe.

Descartes dizia que o bom senso é a coisa do mundo melhor partilhada, pois que mesmo as pessoas mais difíceis não costumam desejar mais do que aquele que já possuem.

Tal atitude leva-nos a fazer as chamadas “figuras tristes”.

Trata-se de uma forma de humor inconsciente.

Ora, sendo este humor inconsciente, só consigo vê-lo nos outros.

Pois é, caro Filipe…

Dizes que praticas uma coisa a que chamas wakebord.

Nunca te vi nessa tarefa, nem tenho vontade.

Mas imagino…, pelas façanhas que inventas.

Acho apenas que se trata de um desculpa para andares a exibir os interiores, em cima de uma tábua e rebocado por uma traineira.

A sorte é que o fazes na zona protegida do Gerês.

Se fosse em zona de caça ainda levavas uma chumbada e acabavas como troféu de caça, pendurado na sala de algum caçador vesgo.

Mas o humor também é uma forma de ultrapassar os factos negativos.

Consegue transformar um drama numa comédia.

Há uns anos, fiz uma radiografia.

Enfiaram-me um tubo onde as costas perdem o nome e encheram-me de ar e de uma massa.

Preveniram-me que tal me provocaria uma forte vontade de … enfim, dá para imaginar.

Felizmente, não tive essa vontade.

Infelizmente, tive-a toda de uma vez, mal acabei o exame.

Indicaram-se a saída e eu avancei rapidamente para a porta que dizia WC.

Sempre mantendo a postura, fui adiantando serviço pelo caminho.

Ataquei o trono com mais desespero do que coragem. Tipo operação militar.

Iniciei as hostilidades com um ataque de artilharia pesada, seguido de granadas ofensivas e rajadas de metralhadora.

Só depois conseguir aquele ar angelical de alívio que apenas um local desta natureza nos permite.

Antes de ouvir mentalmente o «Allelujah» de Handel, resolvi dar uma olhadela em volta.

Constatei que quando me indicaram a saída, era mesmo a saída.

Tinha uma porta de entrada, por onde entrei, e uma de saída, que dava directamente para a sala de espera.

Infelizmente, o paciente anterior tinha deixado esta última aberta…



Fernando Vilas Boas

quarta-feira, outubro 03, 2007

Dança cómica

Às vezes dou por mim a dançar mais do que devia. A ânsia de estar no salão e experimentar os passos aprendidos é mais do que muita. O intervalo quando chega, para muitos, é um alívio. Tempo para descansar dos pés doridos e das articulações frágeis e quebradiças, depois de muita prática. Para mim é um autêntico tormento ter que parar, nem que seja por breves instantes. Dançar, dançar, é em mim um acto compulsivo e o intervalo a existir, só serve para convidar mais uns pares para a dança.

Ultimamente tenho notado que já todos estão cansados do excesso de energia que tenho. Dou por mim em pleno intervalo rodeado apenas pelas paredes. Foi tudo até lá fora conversar, fumar um cigarrinho ou apenas compensar o corpo pela sova de passos que levou. Só me resta dançar comigo próprio. Felizmente que a nosso salão tem espelhos, se não as figuras não podiam ser aperfeiçoadas! Essa é a minha única companhia. Até agora os espelhos não quebraram, será que também eles estão fartos da minha dança compulsiva?

De Campos

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