quarta-feira, janeiro 31, 2007

Pedro e Inês

A Companhia Nacional de Bailado (CNB) estreou no Teatro Camões, em Lisboa, a 50ª obra de Olga Roriz, “Pedro e Inês”.

Depois das “Troianas”, na década de 80, nunca mais a coreógrafa voltara a uma casa que nos últimos tempos tem andado completamente à deriva e cuja contribuição artística ao País tem sido, a todos os níveis, contestável!

Roriz voltou em grande com uma peça que apela a um facto histórico com enorme carga simbólica e que depois de Francis Graça, no Verde Gaio (1940), da norte-americana Ana Ricarda, na Companhia do Marquês de Cuevas (1953) e Lazlo Tamasik, na própria CNB, em 1978 – sempre com o Teatro de S. Carlos por pano de fundo - que se saiba, nunca mais havia servido de tema para espectáculos bailados.


Estes amores trágicos, qual “Romeu e Julieta” luso, estiveram recentemente numa obra apresentada em Coimbra Capital Nacional da Cultura 2003, e servem às mil maravilhas ao universo de Olga Roriz, muito à vontade nos caminhos de uma teatralidade exacerbada que se desmultiplica em personagens que mais não são que arquétipos que tocam bem fundo.
A matemática nas danças de Roriz é geralmente obtusa e aqui, “nascem”, sucessivamente, sete Ineses à beira de uma espécie de Fonte das Lágrimas estilizada, outros tantos Pedros que, por vezes se confundem com cinzentos carrascos, e um atormentado Afonso IV (Alexandre Fernandes) à volta do seu solitário trono. A atmosfera onírica, a que se associam os amores e a morte de Inês – esta que se adivinha decorrente da inquietação e remorsos espelhados no rei-sogro – culmina com um belíssimo dueto que deixa em turbilhão o espelho de água, protagonizado por Henriett Ventura e Carlos Pinillos.

Este é o momento mais sublime da obra em que o amor abandonado e sôfrego terá um fim que compete aos melhores amantes.
Depois de um beija-mão sinistro todos abandonam um D. Pedro (Didier Chazeau) solitário e vergado pelo desgosto, depositando um eterno beijo na amada Inês (Ana Lacerda) enquanto as suas alucinadas lágrimas vão engrossando os rios e os mares para toda a eternidade.
Em conclusão, a obra nasce e desenvolve-se partindo-se do princípio que a trama é, por demais, conhecida, o que, do ponto de vista dramatúrgico, nem sempre resulta num processo claro. Apesar de se perceber, de antemão, que a coreógrafa toma imensas liberdades quanto ao belo episódio histórico que Camões tão bem cantara nos “Lusíadas”.

A bela colagem musical - em que sobressai a música de Arvo Part – e a iluminação adequadíssima (de Cristina Piedade) à depurada cenografia de João Mendes Ribeiro, não conseguem libertar esta interessante dança de um certo “arrastamento” num final que peca por se estender muito para além de um adequado epílogo quando Pedro, arrastando uma Inês há muito morta, se abeira do rectângulo de água que, em tempos, fora palco de todo um oceano de emoções.


terça-feira, janeiro 30, 2007

Sem Palavras!

Se há meninas que é um regalo ver dançar é a nossa convidada desta semana. A Dancing Machine é a personificação viva do poder de uma máquina dançante. Capaz de dançar sem interrupções durante horas e horas seguidas, já nos confessou não hesitar em participar num baile 24 horas sem parar. Depois da aula do baile de sexta, não para até esgotarem os boleros e os Cha-Cha-Chas na pista de dança. Os cavalheiros fazem fila para bailarem com ela, pois domina como ninguém a arte de dançar no salão. Para vocês, a Dancing Machine em pose.

Gostas mais de um par tradicional com fato e gravata ou em estilo mais de praia com camisas havaianas?

As camisas em V abertas e justinhas dos cavalheiros são mais estimulantes?

Bailas na realidade a toda a hora ou a máquina dançante entra em hibernação de manhã?

Esperas vir a ser considerada a Rainha do Populum e da pista de salão?

Como reagem os cavalheiros à sensualidade da tua pose no baile?


Dancing Machine

entrevistada por

Madame X

sexta-feira, janeiro 26, 2007

O Baile

Uma comédia dançante

Acto I

Cena I

(continuação)

Maria: Mas é essa a atitude que tens que tomar, não pode haver diálogo se és tu sempre que cedes. Tem que haver equilíbrio na vossa relação. Vem às danças, diverte-te e é uma óptima forma de fazeres desporto e novos amigos. O Vítor é um professor simpático, tem uma genica que só mesmo experimentando uma das aulas. É saltar até ao fim. Se vais mais uma vez resignar-te ao egoísmo do teu marido e ao capricho dos pais dele, então nunca mais vais poder construir a tua própria família. Eu tive problemas semelhantes com o meu ex-namorado. Um egocêntrico por natureza. Aos sábados íamos em filinha para o cinema do centro comercial e sentávamo-nos a ver os filmes que ele mais gostava, umas boas cenas de pancadaria e muita perseguição policial. Enfardava-me com um balde de pipocas o tempo todo. Adorava rir-se, disparando umas potentes gargalhadas para o anfiteatro todo saber que ele estava ali. Depois adorava sair no AX preto, quase encostado ao chão, com umas rodas pesadas a sobressaírem e um escape luminoso a marcar a presença de um carro de fórmula um. Ficava enjoada e com o coração sempre nas mãos quando me levava de volta a casa ou para o monte, para ver as estrelas, como ele dizia! Não podia ver carros à frente dele e sempre havia motivo para se encostar ao da frente, travar de repente ou guinar aos ziguezagues. Dizia que era calmo, que os outros é que tinham culpa e não sabiam conduzir. Uma vez, a confusão foi tal que o deixei em plena rotunda a discutir com um fulano igual a ele e que levava a família inteira no carro. Estavam todos muito divertidos, a falarem ao telemóvel, enquanto os dois espertos se gladiavam, munidos de bastões de basebol, felizmente eram só bastões. Corri desesperada para casa, dali para fora, a vergonha era muita e não tardaram os mirones e os espectadores de bancada a ocupar segundas filas da via pública...

Conceição acende um cigarro hesitante. Na verdade não há razão para tal, a lei anti-tabaco não chegou ao país nem chegará tão cedo. O ambiente do café encheu-se de fumo há algum tempo. As mesas do café têm mais gente e a atmosfera é quase irrespirável. A televisão plasma está agora sintonizada num canal temático de desporto. Na realidade, dizer que o canal é sobre desporto é exagerar um pouco, o tema quase único é o futebol, o rei do desporto nacional. Em todas as mesas os homens seguem fixados o que se passa nas quatro linhas do grande ecrã. Comentam o jogo como se tivessem nas bancadas vazias dos estádios ultra modernos. As poucas mulheres que se atrevem a estar no café conversam entre si.

(continua)

De Campos

quinta-feira, janeiro 25, 2007

O baile dos aventais





quarta-feira, janeiro 24, 2007

Baby Blues


Uma Valsa em oito tempos

Tempo 1

Acordar, vestir, arrumar os últimos elementos na mala, a mamã fica de jejum, eu, como uma tosta meio à pressa. Os avós seguem a pequena viagem connosco. Atrasados, esta é a sigla desde que a Sónia ficou grávida. Tudo a seu tempo, calmamente, ao sabor do vento. Na estrada, o vapor da canalização cria uma ligeira névoa à passagem dos carros.

Tempo 2

Hospital Senhora da Oliveira, Guimarães. Os futuros pais sobem e são recebidos simpaticamente por enfermeiras da maternidade. A mala da bebé temporariamente colocada no quarto das expectantes. Algália e soro sobre a mamã, ouvem-se as batidas apressadas do coração da criança no medidor de frequência cardíaca: 150 pulsações por minuto. Despeço-me até mais logo da mamã e sinto pela última vez a Ana no ventre da mãe. No elevador, paro no segundo andar. Tenho a capela do hospital mesmo à minha frente. Entro e rezo.

Tempo 3

No centro comercial com os avós. Hora de almoço, disfarço a inquietude com umas compras de saldo e o primeiro folhear do jornal de 23 de Janeiro de 2007. Deambulo pelo hipermercado, encontro-me com uma amiga das danças de salão. A Conguito pergunta-me se já nasceu. Eu respondo-lhe que deve estar para breve. É assim que tenho respondido a todos os meus amigos e colegas ultimamente! Sigo o conselho da Conguito e aproveito a feira dos bebés para fazer mais uma compra para o enxoval. Promoção monumental de um intercomunicador para bebés no Continente.

Tempo 4

15 horas, tempo previsto para o parto. Última das mensagens da Charlotte. Folheio sem conta o arsenal de jornais que me acompanham. Tenho as mãos sujas da impressão. Estou junto ao bloco, sentado numa das cadeiras de espera. A inquietação sobe descomunalmente. Disfarço com os jornais, mas não consigo ler nada, são imagens e letras longe, muito longe. 15h30, abrem-se as portas, a Charlotte com um enorme sorriso. Então, Pai, queres ver a tua filha? Toma, pega nela! A Charlotte, entusiasta do Tango Argentino e das danças de salão, aqui no seu papel principal, especialista em bebés, entrega-me em panos verdes a minha filha Ana, de olhos muito abertos, face esbranquiçada e cabelo gelatinoso!

Tempo 5

Sou motivo de chacota no bloco de partos por inteiro. A Charlotte faz-me passar pela primeira grande prova de paternidade. Depois de pesada e aquecida, a Ana vai ser submetida à tortura desajeitada de um pai que a veste pela primeira vez. Uma princesinha no casaco bordado por uma amiga do pai de longa data. A Charlotte farta-se de tirar fotografias e de se rir!

Tempo 6

A avó materna está junto a mim, enquanto observamos desde a vitrina a Ana a bocejar, a chorar e dar os primeiros espirros no berçário. A mãe demora a vir para o quarto. Mais bebés no berçário. A enfermeira explica-me que vai agora fazer uma lavagem ao estômago da menina, em caso de eu desmaiar ou me preocupar demasiado! A Sónia regressa na cama rolante. Desço e entro na capela de novo. Agradeço a Deus a bênção e rezo para que Deus a proteja!

Tempo 7

Desde a entrada principal do hospital e nos corredores telefono para os meus pais e envio mensagens para alguns amigos. Procuro explicar a torrente de sentimentos a alguns amigos que me telefonam, mas não há palavras para descrever o que estou a viver! Regresso ao quarto da maternidade. Mãe e filha, ligadas uma à outra, desta vez, cá fora. A Ana parece querer mamar com muita vontade. Com a enfermeira a gozar a minha sorte de principiante, tenho a minha primeira lição de limpar rabinhos e mudar fraldas!

Tempo 8

Já são oito da noite. Passou depressa demais e, no entanto, houve momentos em que o relógio parece ter parado. Despeço-me de mãe e filha, até manhã! Regresso a casa, uma paz invade-me enquanto o carro desliza vagarosamente pelo asfalto. O leitor de cds parece ter adivinhado a minha disposição. As rumbas que soam dos altifalantes do carro são indescritíveis.

De Campos

terça-feira, janeiro 23, 2007

Sem Palavras!

Hoje o nosso repórter X decidiu revelar mais um dos talentos da nossa escola. O Malaínho, Rui de seu nome, que quando entrou para as Danças de Salão, nunca imaginou que este se iria tornar no seu maior vício.

Apesar da cara de bom menino, este Bailarino gosta de uma boa farra, principalmente se esta for acompanhada de umas boas danças e regada com umas boas caipirinhas… O nosso Malainho é um senhor!

Malainho, podes dar-nos uns minutos da tua atenção? Isto se não te importares de parar uns minutos.



Ouvimos dizer que andas a brilhar na salsa, é verdade?


Como estão a correr as aulas com a tua nova turma, aos domingos, em Sto. Adrião?


Já a meio do Inverno, tens saudades deste verão? E das farras no terraço e no rio?


Confessa lá… ficas ou não com ciúmes quando algum cavalheiro convida a Rumbita para dançar?


Uma Semana sem dançar, para ti é…?


E para acabar… porque já é tarde, diz-nos lá quantas danças ainda pensas dançar esta noite?



Malaínho
entrevistado por
Repórter X

segunda-feira, janeiro 22, 2007

Parabéns a Você

Vou ao baile. Tornou-se já uma rotina. A novidade já era, o meu corpo está automaticamente programado para seguir o ritual de vestir, calçar, preparar o saco e sair porta fora em direcção a S. Adrião para uma, duas, às vezes até três aulas de danças de salão por semana. A adrenalina continua a injectar doses máximas de endorfinas ao meu corpo, mas a excitação dos primeiros momentos deu agora lugar ao contentamento seguro daquilo que é esperado. Todavia, na comunidade dançante de S. Adrião, não se pode falar bem em rotina ou monotonia instalada. Há sempre turmas novas a serem formadas e novos protagonistas em cenas hilariantes nos bailes. Uma nova tendência que tem vindo a afirmar-se é a de comemorar o aniversário com a garantia de um coro de parabéns, abraços, beijinhos e, naturalmente, uma dança a condizer.

Foi assim há duas semanas, com os anos da Conguito a serem comemorados com hurras e bravos, champanhe, chocolates e bolo de anos. Voltou a ser assim na semana passada, com o soprar de velas da Fina, uma menina muito simpática do baile de terça. No final da aula, o Filipe convida a malta, as turmas das duas salas juntam-se e dançam uma modinha. É simpático, a comunidade consolida-se, crescem os laços de amizade e há sempre mais um motivo para ir ao baile. Por isso, se não te apetece comemorar os anos em especial, nem sequer enviar convites, ou convidar os amigos mais chegados para uma fatia de bolo no conforto de casa, não te aborreças muito, alivia o stress, telefona a alguém do baile e deixa o milagre acontecer. Terás um mar de gente a dar-te os parabéns e baile garantido. Para os que estão a contar com as danças para reduzir no peso, não são especialmente boas as notícias, mas, lembrem-se, não há como ter o bolo de chocolate mesmo à frente para mostrarmos o que realmente valemos. Na verdade, não é muito difícil trocar as guloseimas por uma boa dança!

De Campos

sexta-feira, janeiro 19, 2007

O Baile

Uma comédia dançante

Acto I, Cena I

Num café recente em Braga, situado numa zona nova da cidade, entre prédios de oito andares e hipermercados de electrodomésticos. O café tem a decoração rectilínea dos cafés ultramodernos portugueses, com televisão plasma na parede e colunas envolventes que debitam som potente. As mesas são em vidro, rodeadas de cadeiras arrojadas com encosto ergonómico. Ao balcão, uma máquina de café expresso, uma montra em vidro com pastéis de nata e croissants e uma arca congeladora da olá. O café está quase vazio, mas numa das mesas ao canto, duas raparigas, nos seus trinta e tais, conversam.


Conceição: Até gostava de dançar, mas sabes como é o Paulo... Diz que não tem jeito, que isso de passinhos de bailarino não é para ele e que prefere ir para o pavilhão jogar a partida de futebol com os amigos! Sozinha não me apetece ir, também não estou para arranjar problemas lá em casa. Quando eu disse que ia, mesmo que ele não fosse, desatou logo a dizer que mulher dele não ia sozinha para danças e que estava a arranjar problemas no casamento.

Maria: O que é que queres que eu diga?! Não fazia ideia que o teu marido era assim possessivo. Tu é que o escolheste naturalmente, mas, caramba, estamos no século XXI, ainda há disso? Ele pode jogar com os amigos à bolinha e tu tens que ficar em casa! Não quero dar palpites nem me intrometer na tua vida de casada, mas vocês nem sequer há um ano estão casados e já há essa vontade dele em controlar todos os teus passos?

Conceição: Se fosse só a dança? É um pretexto para eu ficar em casa, ele é muito ciumento e, mesmo agora, que estou aqui contigo, já vai ser um sarilho quando voltar. Vai-me fazer todo o tipo de questionários, onde estive e porque é que demorei tanto tempo a fazer as compras no supermercado! Nem sequer lhe vou dizer que estive contigo, porque senão, é motivo para também te começar a detestar! Não posso ter amigas quanto mais amigos. Um inferno, ainda para mais, a minha sogra dá palpites para tudo. Não descola, telefona para o Paulo todos os dias e a toda a hora, dá opinião sobre tudo e chega mesmo a tocar à porta, para perguntar se queremos lá jantar. O Paulo não tem coragem de dizer que não à mãezinha e depois é só descer ao rés-do-chão, é tão prático! Na verdade, habituei-me a não ter que fazer o jantar, olha, poupo umas coroas e nem tenho que me chatear. A minha sogra faz os pratos que ele gosta, nem sequer me pergunta se gosto. Ás vezes, tenho vontade de inventar uma gripe e não descer...

(continua)

De Campos

quinta-feira, janeiro 18, 2007

Dança Oriental

FORMAÇÃO INTENSIVA 2006/2007

DANÇA ORIENTAL

Íris

Duração:

De Janeiro a Junho 2007

Local:

Instituto Português da Juventude,

R. Santa Margarida, 6

Datas/ Horários:

€Dança orgânica: às sextas, das 19 às 20.00

Dança oriental: às sextas, das 20 às 22.00.

19 Jan.; 23 Fev.; 9 Março; 13 Abril; 25 Maio;

1 Junho

Inscrição:

Nº limitado de lugares

€Dança orgânica: contribuição livre

Dança oriental: 25 € / mês

Modo de pagamento :

Transferência bancária e confirmação via mail ou sms para Nib: 0035.0090.00026377500.40 (CGD - Lúcia Loureiro) ou pagamento na aula

Informações: ciganalucia@hotmail.com

Lúcia 966 720 072

Ana 965 502 269

OBJECTIVOS:

«Promover a consciência corporal, revitalizando os sistemas circulatório, muscular e ósseo, a partir de exercícios de melhoramento e correcção postural, respiração, coordenação e isolamento de movimentos.

«Desbloquear tensões físicas, psicossomáticas e emocionais, de forma a promover o relaxamento e controle gradual das diversas partes do corpo.

«Revitalizar os sistemas digestivo e reprodutivo, melhorando a função dos órgãos internos através do estímulo da circulação sanguínea e oxigenação.

«Estimular um equilíbrio entre contracção e descontracção musculares (sobretudo da zona abdominal, pélvica e dorsal), de forma a reestruturar, reafirmar e fortalecer estas zonas, permitindo-lhes simultaneamente mobilidade e versatilidade, em pleno respeito e melhoramento da estrutura anatómica feminina.

«Promover uma crescente sensação de bem-estar, tranquilidade e plenitude, deixando o corpo responder espontaneamente aos estímulos musicais e de movimento propostos.

«Desenvolver a auto-estima, a feminilidade, e a comunicação.

«Desenvolver a sua linguagem corporal individual, expandindo o seu vocabulário e potencialidades, através de movimentos de dança milenarmente utilizados pelas mulheres orientais.

«Desenvolver a intuição corporal e a criatividade, promovendo um processo de contemplação e aceitação do corpo, ao invés de controlo.

«Facilitar a concentração e relaxamento.

«Introdução à cultura e costumes do Médio- Oriente, bem como compreensão dos objectivos físicos, culturais e por vezes sagrados dos movimentos propostos.

«Integrar e reconhecer os elementos (terra, água, fogo, ar) dentro de si e em seu redor.

«Desenvolver e criar um espaço para o «Sagrado Feminino»: encontrar o corpo como templo, e compreender a forma como pode desenvolver e manifestar o que somos e a nossa espiritualidade.

PROGRAMA:

µPartimos da sensação para despertar e revitalizar cada parte do corpo. Trabalharemos movimentos básicos de dança, que permitam ilustrar física e emocionalmente a música sobre a qual dançaremos de forma simples, fluida e livre. Criaremos um alicerce consistente para os seguintes níveis de Dança.

µTrabalharemos Dança Oriental Clássica e fusão e Folclore Egípcio, estando prevista a aprendizagem integral de duas coreografias para apresentação final (opcional): a Dança da Água (trabalho de véu, fusão Árabo-Indiana) e Gypsy Fire (trabalho de Dança Oriental Clássica sob música turca).

µTrabalharemos igualmente improvisações, a partir de exercícios individuais e de grupo.

Material necessário:

. Roupa confortável

. Lenço para atar em torno da anca

. Véu, quando solicitado

. Caderno e lápis de cor

. Boa disposição e abertura de espírito!

Sobre Íris:

Íris estuda Dança desde 1994. Tendo-se dedicado em 1998 à Dança Oriental, o seu trabalho compreende uma pesquisa pessoal profunda que abrange Dança Clássica Egípcia, Danças tradicionais folclóricas e rituais do Médio Oriente, danças ciganas do mundo, Flamenco, Dança Indiana, Yoga e Dança Contemporânea.

A sua formação passou por mestres como Shokry Mohamed, Myriam Szabo e Farida Fahmy, que inspiraram uma profunda aprendizagem simultaneamente ao nível técnico e humano.

Orienta aulas e workshops em locais variados, sobretudo em Lisboa. As Mulheres que participam e participaram nas suas aulas são parte essencial da permanente construção do seu estudo de Dança Oriental.

Dançou com Myriam Szabo e as Salamantra, acompanhando Ghalia Benalli e o seu ensemble. Acompanhou os grupos «Les Aminches» (França), «In Taberna» (França), «Ciganos d’Ouro» (Portugal), «Eduardo Ramos e ensemble Moç’Árabe», diversos ensembles de música Árabe clássica e folclore Berbere. Participa, a convite de Judite Dilshad, nos espectáculos de Hossam Ramzy, Jillina e Sharon Kihara (Ambas parte das Bellydance Superstars), em Lisboa.

Actualmente colabora com as bailarinas Mónica Roncon, Carolina Fonseca, Sofia Abraços, Paula Lena e Helena Madeira, e com o percussionista Baltazar Molina (Dazkarieh). Faz parte do grupo «Rosa Negra», dançando o seu trabalho de estreia «Fado Ladino».

Desenvolve um trabalho de pesquisa de movimento pessoal, baseado na integração de arquétipos mitológicos ancestrais na expressividade da Dança, e no interno espaço sagrado que a dança proporciona. Uma força espiral, girando, simultaneamente, para o interior e para o exterior. Poesia de vento e pele, inspiração de Luar…

quarta-feira, janeiro 17, 2007

O Baile de Mogadouro


No primeiro fim-de-semana de Janeiro, logo logo a seguir à passagem de Ano, as turmas de Mogadouro realizaram um jantar nas suas hostes.

Também aqui, neste cantinho, a animação das danças de salão não deixa de marcar presença.

As turmas da professora Carlita, nossa Samba de serviço, reuniram-se à volta da pratada e toca a dançar.

O povo do Núcleo Duro fez-se de convidado e lá foi também ajudar à festa.

Depois de 4 horas, ou mais, de uma viagem atribulada, com direito a paragens para ar fresco, lá chegamos a Mogadouro, com quase uma hora de atraso!


À nossa espera estavam os alunos das duas turmas maravilha. Todos vestidinhos a rigor.

Depois de uma boa “Posta à Mirandesa”, os alunos presentearam a Professora com uma surpresa. Ela bem tentou, mas foi quase impossível esconder a emoção.


O Baile foi aberto e ninguém se fez rogado!

Dançamos, e dançamos, e dançamos… E voltamos a dançar ainda mais um bocadinho!

Quando demos conta, já passava das duas da manhã.


Faltavam ainda umas horas de viagem para Braga, e decidimos que tínhamos disposição para fazer esse caminho durante a noite.

Chegamos a Braga quase de manhã, mas estamos todos com vontade de voltar a Mogadouro!

A todos quantos nos receberam de braços aberto, aqui fica um beijinho especial.

Boa semana e boas danças!

Célia Oliveira

terça-feira, janeiro 16, 2007

Sem Palavras!

Uma das grandes esperanças para 2007 nas danças de salão dá pelo nome de Felina e é uma gatinha muito simpática, completamente apaixonada pelas danças! Há sensivelmente um ano começou o fascínio mais a sério e actualmente faz furor numa das turmas de S. Adrião do Filipe, no baile de terça, no nível três. Não falha nenhum dos eventos promovidos em larga escala pela escola de danças e é presença regular nos bailes de sexta no Populum. Para os cavalheiros, a Felina é um fenómeno dançante difícil de evitar, deixa-se conduzir muito bem, é simpática, divertida e aprende rapidamente qualquer passo ainda não aprendido! Uma gata à solta nas pistas de dança!

És feliz a bailar, Felina? A dança trouxe-te algo de novo para a tua vida?

Entre as clássicas e as latinas, para onde bate o teu coração mais forte?

Vais fazer uma pausa nas danças quando atingires a saturação?

Já algum cavalheiro te segredou algo de inesperado em plena dança?

Aceitas dançar com todos os que te convidam ou só danças com quem queres?

A dança tem para ti uma componente mais sexual ou mais artística?

Para onde vai a Felina? O que gostavas de levar contigo?




Felina

entrevistada por

Madame X

segunda-feira, janeiro 15, 2007

La Milonga

(continuação)

As pessoas que iam chegando pareciam se conhecer, eram talvez frequentadores assíduos da Milonga. Mergulhado no gozo mirone dos pares que dançavam o tango argentino, nem reparei na ausência intuitiva do meu companheiro. Logo o Artur voltou para a mesa quadrada, mas parecia ansioso. Pouco depois percebi porquê. Levantou-se num ápice e convidou uma das bailarinas para um tango. Ela era uma mulher alta e com um vestido longo preto. Das dançarinas na pista, pareceu-me ser a que melhor dançava, ou tão só, a que mais emoção entregava aos passos. O meu amigo esmerou-se e conduziu-a com determinação e seguro das lições aprendidas. Pude constatar que vinha contente por ter dado uns pezinhos de tango. Sentou-se de novo e bebeu mais um pouco de chá.

Junto à entrada do bar aglomeravam-se agora mais tangueros e todos pareciam cumprimentar um par em especial. Aproximei-me do balcão do bar para ver melhor. Afinal, era esse o motivo principal da nossa vinda ao Porto, falar com a Alexandra Baldaque, mestra de tango argentino. Tinha já me cruzado com a Alexandra numa outra ocasião e por isso não foi difícil iniciar a conversa. O Artur logo se aproximou e foi-nos apresentado o Fernando, o seu par de tango argentino. A conversa teve como propósito fulcral, organizar uma oficina de tango em Braga para iniciados e curiosos. Não quisemos demorá-los demasiado e depois de tudo combinado, regressámos aos nossos lugares de vigia. A milonga ficou sem dúvida mais colorida e com mais vida com a presença do par por nós esperado. Dançaram com cumplicidade e paixão e o pouco espaço existente foi aproveitado por eles até ao limiar dos pés das cadeiras. Uma verdadeira lição de tango!

O regresso a Braga, a bom tempo ainda de jantar, foi divertido. Comentámos a milonga e fizemos planos para o futuro. Para já, segue-se a oficina de tango pelo par de mestres Alexandra e Fernando em Fevereiro e em Braga e que será inevitavelmente promissor! Despeço-me, enquanto desfruto do cancioneiro do Astor Piazzolla na caixa de Pandora da Internet.

De Campos

sexta-feira, janeiro 12, 2007

La Milonga

Caros amigos,

No último domingo, desloquei-me ao Porto com o nosso estimado Artur para saborear in loco uma milonga no bar El Sonero. Acontece em cada primeiro domingo de cada mês e reúne tangueros de todo o norte do País. Durante a viagem de carro para lá, o Artur não conseguia conter a excitação e falava das milongas como o baile dos bailes, a súmula de todos os bailes, o baile como expressão máxima, a rainha dos bailes! Estava, obviamente, curioso por apreciar este baile caracteristicamente argentino. Sabia também que não seria fácil para mim, iniciado nas danças, ficar de fora do baile como mero espectador.

O bar El Sonero fica bem nos meandros do Porto, numa rua transversal à constituição, coluna vertical da cidade. O apelo do bar não vem certamente de fora, meio escondido e com configuração de garagem de estacionamento. Essa impressão, acreditem, é momentânea e logo desaparece quando entramos no espaço. A dar as boas vindas estava um homem alto, com barba grisalha aparada e olhar simpático. Parco em palavras, inicialmente, ainda imaginei que fosse um argentino importado especialmente para a Milonga, mas enganei-me redondamente. O Artur logo aqueceu a conversa e antes mesmo de darmos entrada no bar, fomos brindados com bombons, oferecidos com um sorriso de ponta a ponta pelo anfitrião. Em poucos minutos, o Artur sentia-se completamente em casa e o homem alto era afinal conhecido no meio académico. Percorremos o bar até ao fundo, estava ainda meio vazio e os acordes típicos da canção argentina já se faziam soar. A decoração quente do salão deixou-nos confortados. Não eram só as luzes alaranjadas dos apliques em volta, ou os instrumentos musicais soltos nas paredes, mas também o bar em azulejo e as cadeiras em palha a dar um toque latino apaixonante ao lugar.


O homem alto abriu a Milonga com uma señorita baixa, um par assimétrico nas suas proporções, mas que dançou bem no centro da pista com paixão e alheio aos olhares curiosos que o seguiam. Dois ou três tangos a seguir, mais alguns pares se juntaram na pequena pista. Resolvemos, entretanto, trazer algo do bar. Pensei que uma cerveja fosse o mais adequado a um bar pequeno de sabor latino, mas o meu companheiro preferiu um chá. Resolvi então pedir uma cerveja sem álcool para não destoar muito! Para minha surpresa, a tortura que eu julgava ser grande por não poder dançar, por não saber ainda bailar numa milonga, foi suportável, tal o gozo que recebia de observar os pares que chegavam sem pressas.

(continua)

De Campos

quinta-feira, janeiro 11, 2007

A Cinderela das artes performativas


Martin Kettle

Parte II

A dança e o desenho são as duas verdadeiras formas de arte universais. A dança é universal de uma forma a que nem o canto se pode equiparar. Certamente porque a dança é uma afirmação tão explícita e reconhecível do que é ser humano. Todo o gesto e padrão dizem: nós somos mais do que bestas estúpidas e condenadas. Eles dizem: somos indivíduos (“olha para mim”) e comunidades (“olha para nós”). E dizem, essencialmente, que o mundo pode ser um lugar melhor. A dança é esperança. A Singing in the Rain de Gene Kelly é optimismo incarnado. Uma dança de morte é a contradicção última.

Todas as artes musicais expressam esta ideia de perfeição. A dança, contudo, fá-lo na forma mais directamente física e aspirativa. E fá-lo em quase toda a tradição cultural no planeta. Se há uma forma de actividade humana que se estende por géneros, grupos etários, classes sociais e por fronteiras culturais é a dança.

Esta universalidade torna a dança intensamente democrática – muito mais que outras artes performativas. Todos dançamos, ou pelo menos, tentamos. Num mundo multicultural isso torna a dança num tesouro único. A dança é uma resistência contra todo o tipo de deformações da mente. É uma das razões porque o Billy Elliot é uma experiência tão poderosa. Diz não haver barreiras para o que um rapaz de uma classe operária pode alcançar.

Se a dança é tão fundamental, tão universal e tão apreciável, então porque é que não a valoramos mais? Quanto mais pensamos no assunto, maior o potencial da dança não só para simbolizar um mundo melhor mas para ajudar a tornar o mundo real melhor. Eu sou incondicionalmente a favor de subsidiar as artes pelo que elas são. Mas pensem na dança na perspectiva de política pública também. Torna as pessoas fisicamente mais saudáveis. Encoraja-as a expressarem-se e a controlarem os seus corpos. Proporciona uma actividade comunitária que tira as pessoas das suas casas e das ruas. Proporciona um guarda-chuva debaixo do qual diferentes tradições culturais podem prosperar.

Investir em dança deveria ser um acto intuitivo. Mas não se faz nada disso. Os subsídios são pateticamente pequenos e filtrados para as grandes cidades, as classes médias e os mais novos. Todos os meninos que representam o Billy Elliot no teatro são de colégios privados; um verdadeiro Billy de uma classe operária passaria trabalhos para conseguir uma audição para se representar a si mesmo.

Talvez as coisas mudem. Será necessário um salto na imaginação tão grande como qualquer salto de um dançarino, se vier a acontecer – e perante o cenário de contenção financeira. Mas o dançarino consegue dar o salto magnífico. Então, porque é que nós não havemos de conseguir?

Martin Kettle

The Cinderella of performing arts for once goes to the ball

In The Guardian, 23/12/2006, pp. 25.

Traduzido e adaptado por

De Campos

Congresso de Salsa


Mais informações em www.academia-expressao.com

quarta-feira, janeiro 10, 2007

Milongas

Caros amigos

No dia 7, no passado domingo, fui com o Rui (Administrador deste Blogue) à Milonga “El Sonero”, que acontece no primeiro Domingo de cada mês no Porto. Imaginem o que é ver o Rui durante duas horas a apreciar outras pessoas a dançar e cheio de vontade de ir para a pista bailar com todas as senhoras presentes, foi uma experiência diferente para ele. Na Milonga dança-se 4 a 5 tangos intercalados por uma outra música (que pode ser salsa/samba/jive ou outra qualquer) para permitir a troca de par. Por vezes o ritmo do tango é um pouco mais acelerado e pode ser uma “milonga” (frequentemente com um ritmo similar ao samba/salsa) ou uma valsa argentina (com o ritmo de uma valsa vianense). A maneira de dançar/caminhar é à vontade dos executantes.

Vibro a dançar tango por esta ser uma dança de improviso em que cada passo é uma figura. A mistura dos sons do violino, do bandónio, do piano e de outros instrumentos dão múltiplas possibilidades de marcação ao ritmo. Ouvir mais o violino num “ocho” ou fazer um “contrapasso” com o bandónio, depende do estado de espírito, do ouvido e do sentimento de se deixar levar pela música. Depois este apelo musical tem que ser comunicado ao par com quem se dança. No tango nunca fico fora de tempo. Para dançar tango é preciso muito mais que saber técnica! Eu diria que o tango não se aprende, “entranha-se” e “sente-se” com o passar do tempo!


Ao dançar uma valsa voa-se, flutua-se graciosamente a dois na pista de dança, ao dançar um tango caminha-se com paixão junto ao chão. A valsa deixa-te a sonhar e o tango recorda-te que estás vivo!

Enfim espero continuar a dançar enquanto tiver forças para tal!

É com entusiasmo que digo que existem Milongas perto de nós (Porto, Aveiro, Vigo) e que é meu propósito organizar uma Milonga mensal em Braga (tenho que ver um bar para isso).

http://www.geocities.com/gatomilongueiro/

http://www.milongaelsonero.com/

Fiquem bem,

Artur


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