quarta-feira, agosto 30, 2006

Bal Moderne

TODOS AO BAILE!

Sábado, 30 de Setembro – 16h00
Bal Moderne

Grande Auditório
Dança
Serviço Educativo
Público-alvo: todos os públicos
Duração: c. 4 horas


Três danças, de aproximadamente três minutos cada, foram especialmente concebidas para o Bal Moderne e são ensinadas aos participantes num Baile, animado pela intervenção de um DJ. Cada dança aprende-se em cerca de 45 minutos, num ambiente descontraído e festivo, alternando-se cada sessão com uma pausa de 15 minutos durante a qual os participantes podem dançar “livremente”, descansar e conversar. Após a demonstração das três coreografias, o Baile continua em ambiente de festa.

Nem a idade, nem a aptidão para dançar constituem um obstáculo ao prazer de participar no Bal Moderne – a mistura equilibrada das diferentes danças propostas permite que todos encontrem algo com que se identifiquem. As danças foram pensadas de forma a não excluir ninguém, mesmo aqueles que vêm sem par ou acreditam que não têm “jeito para dançar”. O essencial é que todos dancem juntos num ambiente de partilha, entreajuda e diversão.
O essencial é o prazer de dançar!

O Bal Moderne foi concebido, em 1993, por Michel Reilhac para o Festival Paris Quartier d’Eté e é produzido, desde 1996, pela companhia belga ROSAS. Desde a sua criação, este projecto teve êxito imediato, tendo já percorrido diversos países como a Holanda, Alemanha, Canadá, Dinamarca, Suíça, Reino Unido e algumas cidades portuguesas.
Voluntários precisam-se para dançar!

Para além dos coreógrafos e dos bailarinos profissionais envolvidos na demonstração das três danças do Bal Moderne, é necessária a participação de 15 voluntários que aprendam previamente as coreografias e sirvam de referência visual aos outros participantes durante o Baile.

A única condição para ser voluntário do Bal Moderne é gostar de dançar! Nem a idade, nem a formação em dança são impeditivas de se ser voluntário. É também importante ser comunicativo e ter uma boa dose de energia! Os voluntários deverão passar o dia anterior ao Baile com a equipa do Bal Moderne de modo a familiarizar-se com as coreografias.

Se quer ser voluntário do Bal Moderne, preencha a ficha em PDF, disponível no site www.aoficina.pt, e envie através de fax 253 424 710 ou e-mail servicoeducativo@aoficina.pt
Os participantes serão seleccionados por ordem de inscrição até ao dia 15 de Setembro e mediante uma breve conversa com os responsáveis pela organização do Bal Moderne.

Informações
Telf. 253424700

segunda-feira, agosto 28, 2006

O Regresso do Fundão

O que é bom, cedo acaba! Ainda ressacados das voltas e mais voltas que o baile do serão tinha provocado, os bailarinos de S. Adrião retemperaram as forças com um reconfortante pequeno-almoço no hotel e prepararam-se para deixar o Fundão na manhã de Domingo. Uma passagem breve pela Covilhã em direcção a Manteigas e tempo ainda para contemplar a paisagem de cortar a respiração que do alto da Serra da Estrela se deslumbra.

A descida para Manteigas seria mais problemática! O autocarro que o Vice admirava ironicamente à partida por estar bem pintadinho viria a dar o ar de sua graça. Numa curva vertiginosa, a velha máquina deu o fanico connosco lá dentro! O pior é que nem para cima nem para baixo. Alguns aproveitaram para fazer uma pausa para café enquanto o motorista vestia o seu fato de macaco. Parecia bem na indumentária cor de laranja mas se não fossem os poderes mecânicos do Vítor o impasse prolongar-se-ia por mais tempo.

A chegada ao oásis de Manteigas revelou ser compensadora do percalço anterior. À nossa espera estava uma praia fluvial airosa, encostada a uma estrutura de desportos radicais de neve. Enquanto se preparava o arsenal do pic-nic, alguns posavam para a fotografia ou contemplavam a beleza da natureza envolvente.

Quem não esteve pelos ajustes foi o nosso reparador da correia da ventoinha de refrigeração da camioneta! Despido de preconceitos, deu-lhe os calores e num ápice mergulhou nas águas frescas da montanha. Não foi o único, a benjamim destemida Rita seguiria os passos do Tarzan e o Secretário-Geral juntar-se-ia à festa depois.

Logo que lhe cheirou a feijoca, prato típico das beiras, o Tarzan deixou o lago cristalino e secou-se rapidamente na toalha. Entretanto, alguns voluntários tinham-se oferecido para ajudar os anfitriões do Fundão a montar as mesas que iriam receber os tachos industriais com a feijoca. Quando o manjar começou a transbordar pelos pratos de plástico brancos, não se ouviu mais viva alma! Todos comiam o saboroso prato em silêncio, apenas esperando que mais tarde a tranquilidade da merenda não fosse substituída por ruidosos odores intestinais!

Depois do belo repasto, não foi difícil encontrar a pequena praia repleta de bailarinos entregues à sonolência e à digestão vagarosa da feijoca. Alguns mesmo escolheram os sítios mais complicados para desfrutar da digestão. O nosso Tarzan reclinou-se sobre um ramo e ali ficou a dormitar, sonhando com grandes viagens de TIR e cantarolando: “Sou camionista, sou o maior! Tenho a minha auto-pista onde sou Rei e sou cantor!”

A Jane também resolveu saltar para o galho e lá ficaram embalados nos ramos, enquanto outros optavam pela mantinha da praia fluvial ou, ansiosos por um café, pela esplanada do parque radical. Na verdade, foi uma tarde bem passada, o merecido descanso depois de horas a fio a dançar no baile do Fundão.

Mesmo sobre a hora de partida ainda houve tempo para umas fotografias de ocasião. Infelizmente a minha máquina não era a oficial e por essa razão não verão aqui, neste artigo em particular, uma fotografia geral da trupe de S. Adrião. Todavia, fica a promessa dessa mesma foto ser afixada, quando algum dos leitores atentos e participantes na aventura Fundão me enviar a mesma. Alguns elementos do baile de sexta, uma das turmas de iniciação às danças de salão em S. Adrião, não se coibiram a uma pose para mais tarde recordar. Apesar de poucos, aderiram ao convite do Zacarias e participaram alegremente no fim-de-semana, relacionando-se com as outras turmas num baile e convívio harmonioso.

A plena fusão dos bailes de salão de S. Adrião pode ser comprovada na última das fotos desta trilogia. O regresso a Braga ainda foi mais integrante e familiar. Com a maioria a dormitar o tempo quase todo, alguns elementos ainda resistiram e fizeram questão de continuar a festa ali no autocarro. Foi um autêntico festival rolante com o corredor esguio da camioneta a servir perfeitamente como pista de dança. Nas paragens de serviço o baile transbordou cá para fora e improvisaram-se passos de tango q.b.

Madame X

Cronista Social

sexta-feira, agosto 25, 2006

Cocktail, Jantar e Baile

Depois de muito se descansar, chegou a hora da recepção na sala de jantar do hotel Príncipe das Beiras no Fundão. Às 20h30 em ponto, os vestidos de noite começaram a desfilar. Foi um regalo para os olhos ver as donzelas produzidas para a ocasião. Pena é que alguns bailarinos pecassem por um traje de passeio demasiado informal! Não é que estivessem mal, mas ao lado das lantejoulas, ofuscaram o brilho...

Havia ainda o problema das melgas, raça de fotógrafos de trazer por casa que não largava o desfile de beldades em paz! Sempre munidos de máquina, mesmo que de bolso, lá iam coleccionando fotos de discutível qualidade. Nem todos gostaram do cocktail oferecido em taças flute e resolveram então rumar ao bar ali da esquina para um martini com gelo. Qual não foi a surpresa quando tiveram que desembolsar meia dúzia de euros pelo aperitivo, apesar de não terem sido previamente notificados!

A mesa de aperitivos estava muito bem recheada. O pessoal já estava de água em bico e não deixou passar muito tempo até provar os acepipes das beiras. A morcela e a alheira, o paio e o presunto, combinados com os rissóis e as chamuças, num festival de cores onde não faltou o feijão fradinho polvilhado com atum ou as ervilhas salteadas com tirinhas de bacon! Do cardápio faziam também parte dois pratos quentes, a saber, bacalhau com natas e estrogonof de frango. O creme de legumes ajudava à festa! Alguns engraçadinhos resolveram fazer umas partidinhas ao jantar e um funcionário quase que era julgado no banco dos réus por ter servido água salgada, não potável e não condizente com o rótulo glaciar da Serra da Estrela!

Da sala de jantar para o salão de baile era um longo corredor envidraçado. Pelas onze horas da noite o baile já fervilhava de bailarinos. O baile seria aberto por uma estonteante demonstração da Vera e do Zacarias. O par maravilha surpreendeu mais uma vez com uma representação muito viva e teatral, ajudando a animar o salão. Decorado a gosto q.b. a pista oferecia uma pequena dificuldade, desde logo ultrapassável, uma alcatifa rapadinha em tons laranja, mas não deslizante o suficiente para contentar os profissionais mais exigentes! Os candelabros na decoração foram o mais impressionante, na minha modesta opinião, dando aquele toque de charme e de requinte que em Braga parece tardar!

À meia-noite calou-se a música para dar os parabéns ao Filipe por mais um aniversário. Não faltaram os vivas, os abraços e os beijinhos. O Sensei de S. Adrião estava comovido e soluçou um discurso bonito para a ocasião. Os alunos estavam babados e agradeciam mais uma vez a este homem ter trazido as danças de salão para as suas vidas! Com dificuldade o Filipe cortou a fitinha dos presentes, só não estava à espera é que lhe oferecessem tamanha bicharada. Deverá ter pensado para si, a camisa ainda se aproveita e até fica bem com o meu blazer, agora os peluches vou deixá-los no ATL de S. Adrião!

Sem pressas o baile foi retomado com muitas Rumbas, Boleros e Cha Cha Chas. O cruzamento entre elementos de diferentes bailes foi notório. As turmas de segunda, terça, sexta e sábado dançaram em conjunto, gozando o momento com total entrega às danças. Foi notório o à vontade que os iniciados demonstraram, depois de um percurso de quase um ano. Destemidos pareciam querer mostrar um certo ar de vaidade e desprendimento, percorrendo os géneros com domínio seguro dos passos aprendidos ao longo do ano.

Os seniores é que não estavam pelos ajustes e iam perfumando o ambiente com a maturidade dos muitos passos aprendidos. O Tó Zé acompanhou com classe e gentileza o ritmo avassalador da Joana. A menina esteve endiabrada a noite inteira e não deu descanso aos imensos candidatos a uma dança na sua companhia. Os valentões lá se esforçavam por dar o máximo, todavia, o máximo deles revelou-se insignificante perante o fenómeno dançante!

Madame X
Cronista Social


quarta-feira, agosto 23, 2006

Baile no Fundão

Este Verão tem tido surpresas atrás de surpresas! Ainda bem que assim é, uma vez que têm sido agradáveis. As aulas de dança fecharam para férias, menos bem, mas não é motivo para ficarmos parados. S. Adrião organizou na pessoa do Zacarias e com a colaboração dos restantes professores um fim-de-semana fantástico rumo ao Fundão, onde quem foi pode dar azo a muita dança. Comecemos pelo início, a partida estava marcada para as nove horas de sábado, dia dezanove de Agosto. Estavam todos ávidos de baile, alunos e professores foram pontuais, exceptuando o autocarro que chegou meia hora depois. A manhã estava fresquinha, com uma morrinha persistente e que nos acompanhou até ao Porto. Durante a viagem a boa disposição estava estampada nos rostos e improvisavam-se pistas de dança. A Vera e o Filipe davam o mote e preparavam um ambiente onde só podia reinar boa disposição.

E lá fomos nós, meia centena de alunos a representar os diversos quadrantes e níveis de danças de salão de S. Adrião. Uns mais avançados, outros intermédios, outros com um ano, outros com seis meses e outros desejosos de começar quanto antes a aventura, marcada para o início de Setembro! Enquanto a telefonia lá ia passando ritmos bem variados, os músicos contratados espontaneamente para a festa no autocarro começavam a afinar as guitarras. Saudosistas dos bons velhos tempos da faculdade debitavam os primeiros acordes ainda muito devagar, num baile incompleto e presos à colectânea de sucessos reunidos numa pequena capa colorida. O certo é que o pequeno álbum de canções ia sugerindo uma rapsódia contínua do rock velhinho português com algumas populares à mistura. O Vice estava imparável e irradiava lembranças dos bons velhos tempos de tuno fundador da Fanfarra em Coimbra. Momentos nostálgicos que intercalavam na viagem com a cantoria.

Lá para as bandas de Viseu, a malta fez uma paragem mais prolongada e instalou os farnéis em mesas de pedra para o efeito. O espírito de partilha reinou e choviam sugestões de como aconchegar melhor o estômago! Na realidade havia de quase tudo pois todos dispensaram a ida ao restaurante. Houve quem trouxesse o farnel mais típico portuga, recheado de arroz de frango e muita pinga. Outros preferiram confiar nuns panadinhos e rissóis da mamã, ou então, em sandes carinhosamente feitas na madrugada pelo amigo. Depois, bom, depois foi só comer em ritmo dançante e ter de aturar um cromo a tentar despachar umas bolachitas, por sinal, do outro mundo, as já célebres bolachitas Gulon. No cafezinho da praxe os músicos ainda tentaram ensaiar um encore a vozes mas foram rapidamente empurrados para dentro do autocarro.

A meio da tarde de sábado chegávamos ao hotel Príncipe das Beiras **** no Fundão e depois de distribuídos pelos quartos cada um tratou de fazer o que lhe apetecia. Alguns descansaram até ao jantar, outros reuniram-se para mais cantorias numa das salas de estar do hotel. Improvisou-se aí também um baile feito com leitor MP3 e colunas mini! Nem todos queriam ficar por ali e desejosos de apanhar ar caminharam até ao centro do Fundão, uma boa meia hora a pé. Valeu a pena a aposta na caminhada, animada por um fim de tarde ameno e histórias de castelos centenários. Nesta fotografia os audazes posaram para a melhor fotografia do álbum, tirada com muita paciência pelo chaufeur, que revelar-se-ia também um excelente fotógrafo. Em convívio alguns elementos do baile de terça e sexta-feira.

segunda-feira, agosto 21, 2006

Em tempos

O desejo de dançar é um dos instintos mais primitivos da humanidade. O homem pré-histórico expressava as suas emoções através do movimento na altura em que o discurso ainda não era linguagem. Os desenhos das cavernas ilustram homens a dançar e as danças eram uma forma de expressar os seus pensamentos e desejos. A vontade de nos mexermos em resposta às emoções é um facto fisiológico que sobreviverá enquanto existirmos. A persistência do ritmo e a sua íntima associação ao sexo e à vida é inegável e quando o ritmo e o movimento se juntam, nasce a dança.

Só a partir do século catorze é que se encontram registos fiáveis das danças em voga ou de um qualquer testemunho quanto à sua popularidade na altura. Todavia, um conhecimento mais formal das primeiras danças de salão seria conseguido apenas no final do século dezasseis. O padre Jehan Tabourot terá publicado em 1588, com o pseudónimo Arbeau, a sua Orchesographie. Arbeau viveu num período de transição entre a basse danse, que tinha perdurado por tanto tempo, e o género mais vivo da branle. É interessante notar que cada província tinha a sua forma particular de branle e que a Gavotte, descrita por Arbeau, era uma branle da Provença, dançada originalmente pelos habitantes de Gap, e o Minuet uma branle de Poitou. Entre outras danças descritas por Arbeau encontra-se a pavane e a galliarde, à qual Shakespeare apelidou cinq pace uma vez que era composta por cinco passos.

O Minuet, originalmente uma dança folclore de Poitou, foi introduzida em Paris em 1650 e mais tarde composta em música por Lully e dançada pelo Rei em público. Poder-se-á dizer que o Minuet dominou os salões desde então e até ao final do século dezoito. Os ballets apresentados na época de Luís XIV da França consistiam numa série de “entrées” como o Minuet e outras danças da altura. Eram danças espectáculo bem como pessoais e, sendo espectáculo, tinham que ser baseadas numa técnica que, de alguma forma, era artificial. As pernas, por exemplo, tinham de estar voltadas para fora, de modo a permitir uma “linha” mais graciosa e eram executados muitos passos meramente decorativos como entrechats e cabrioles. A primeira ruptura entre o ballet e o salão deu-se quando os dançarinos profissionais apareceram nos ballets e os ballets deixaram a corte e foram para o palco, no entanto, a influência da técnica do ballet dominou por mais de dois séculos e no final da era vitoriana (séc. XIX) os mestres de dança ainda baseavam o seu ensino nas cinco posições “para fora” do palco.

Victor Silvester, Modern Ballroom Dancing (Ebury Press, 2005 pp. 8-10)

Traduzido e adaptado por De Campos

quinta-feira, agosto 17, 2006

Pregões

O Verão tem o dom especial de nos presentear com alguns pregões típicos e outros até mais espontâneos. Não importa para onde vás, sempre encontrarás neste jardim à beira-mar plantado um cromo devidamente apetrechado com um pregão feito à medida e para a ocasião. Assim aconteceu comigo e com a minha mulher por um destes dias estivais, bem acalorados. Passeávamos na marginal da Póvoa, junto ao mar, resolvemos tomar um refresco bem geladinho numa das imensas esplanadas que se estendem pelo areal fora e quem estava lá em conversa animada e galhofa persistente? Nada mais nada menos que o Filipe e alguns foliões das danças de salão...

Já entusiasmados pelas caipirinhas abundantes e pela cerveja fresquinha, não se aperceberam logo da chegada ao longe do pregão, entoado no mais afinado dos tons. Mas ele aproximava-se vindo com a maré e parecia não deixar ninguém indiferente à sua passagem. As gargalhadas do grupo na esplanada abafavam o seu conteúdo, todavia, à medida que era mais perceptível o conforto do seu canto, sorríamos ao constatar que o velho pregão da infância ainda perdurava, sobrevivendo aos tempos cibernéticos mais sofisticados. Pois é, este primeiro pregão que apresento lá vai resistindo aos ventos da tecnologia e espalha o seu perfume pelas praias nortenhas. Reza assim: “Olha a língua da sogra?! Chora, chora que a mamã dá! Pipocas...” O homem de branco caminha sobre a areia escaldante, levando às costas um cilindro em latão bege, recheado de bolachas de baunilha, que tão bem sabem quando a fome aperta. Dizem que a praia puxa pelo apetite, não sei se é verdade, mas que a língua da sogra enrolada tem um sabor especial...

Viajando mais para sul o panorama não é muito diferente e o pregão evoca, na mesma, a infância de todos, mas numa variante mais original. No extenso areal da Figueira da Foz, primeiro passou o pregão sénior, em passos vigorosos e embalado numa lengalenga mais repetitiva: “Olha a bolachinha torradinha?! Bolacha americana?!” A surpresa estava ainda para vir, depois de uma meia hora sem pregões por perto, as toalhas foram assaltadas por um rapaz moreno, nos seus dezoito, devo dizer, completamente inspirado, fazendo da praia o seu palco. Os sons primeiros do pregão eram estranhos: “Ksss, ksss... Ksss, ksss...” Toda a gente olhou, mas que raio é isto? Sem ninguém a solicitar os seus serviços, continuava: “Vá lá, vá lá... Não empurrem, chega para todos!” Aí a estupefacção foi total e ninguém podia conter o riso. Mesmo sem freguesia, o rapaz continuava com o espectáculo: “Bolacha americana é fixe e bacana! Já vai, já vai...” Meus caros amigos, o certo é que foi só o rapaz virar as costas e caminhar um pouco mais além e no regresso choveram os pedidos de bolacha americana, inclusive nós, que nem sequer estávamos com muita fome, pedimos a guloseima, fascinados com o pregão!

De Campos

terça-feira, agosto 15, 2006

Valsa


Valsa

Valsando sob a água

Levíssima sorria.

Nos lábios a poesia

Nos olhos a mágoa.

Do gesto nascia a brisa.

A graça do virar...

A mão...

O cabelo garça e voo.

Transparências vestidas,

Medusas mergulhando no oceano.

Lux


domingo, agosto 13, 2006

Bolo de Chocolate

Isto de se fazer promessas sem pensar, às vezes corre mal…

Há uns meses atrás, quando ainda pertencia à turma de 6ª no Inatel, decidimos fazer uma festa de despedida à nossa Verinha.

Nesse dia houve Bolo de chocolate, suminhos e coisas boas. Ao saberem da festa, o professor Filipe e todos os membro do Baile de Sexta, decidiram invadir a nossa festa e assaltar o fantástico Bolo de Chocolate.

Bem, os auto intitulados convidados foram, claro, bem recebidos… mas o Bolo de Chocolate era pequenito e quase não deu para toda a gente…

Para tentar compensar, dei por mim a prometer ao Vice um Bolo de Chocolate só para ele…

No entanto… o tempo foi passando, e a verdade é que ainda não fui capaz de cumprir esta promessa…

Pois é Vice, estou em falha contigo… Ainda não temos bolo de chocolate, certo?

Bem… uma vez que ainda faltam umas semanas até ao inicio das aulas, só tenho uma solução…

Que tal te parece a ideia de uma Bolo de chocolate virtual? Pode ser?

Cá vai

E para não dizerem que sou má menina… e para quem quiser aproveitar o verão para treinar uns dotes culinários, cá fica a receita para um Bolo de Chocolate tão doce como uma valsa:

Ingredientes:

Massa:

  • 1 dl de água
  • 75 g de chocolate em pó
  • 300 g de açúcar
  • 250 g de farinha
  • 5 ovos
  • 1 dl de óleo
  • 1 colher (de café) de sal fino
  • 3 colheres (de chá) de fermento em pó
  • 1 colher (de sopa) de açúcar

Creme:

  • Creme: 100 g de açúcar
  • 250g de margarina
  • 2 ovos
  • 1 fio de leite
  • 80 g de chocolate em barra
  • chocolate granulado (a gosto)

Confecção:

Massa: Leve ao lume a água na qual se desfaz o chocolate em pó.
Num recipiente mistura-se o açúcar, a farinha, as gemas, o óleo, o fermento, o sal e o chocolate já desfeito.
Mexe-se tudo muito bem!
Batem-se as claras em castelo, adicionando a colher de açúcar quase no final, de modo a ficarem bem firmes.
Juntam-se as claras ao preparado, mexendo novamente muito bem.
Leva-se a cozer no forno em forma (sem buraco) previamente untada com manteiga.
Creme: Mistura-se o açúcar com a margarina previamente derretida.
Juntam-se os ovos inteiros.
Por fim adiciona-se o chocolate já derretido no fio de leite. Deixa-se arrefecer cerca de 45 min. a 1 hora, até obter a consistência necessária para barrar o bolo.
Corta-se o bolo na horizontal (a meio) e recheia-se com parte do creme.
Cobre-se todo o bolo com o restante e por fim com o chocolate granulado.

(in www.gastronomias.com)

Célia Oliveira

domingo, agosto 06, 2006

Bailes de Verão

Com uma pausa estival demasiado prolongada, a malta não teve com cerimónias e tratou de arranjar um qualquer motivo para estar junto de novo e desfrutar do calor, da hospitalidade de uns amigos comuns e toca a bailar! Tem sido assim este Verão que não para de nos propor novas patuscadas, regadas com muito baile e água quanto baste. Um fim-de-semana bem passado lá para as bandas de Cabeceiras de Basto, com muitos banhos durante o dia e muito baile durante a noite.

Na falta de uma piscina por perto, já ao serão, improvisaram-se banhos de mangueirada que souberam a pouco. Ambiente deslumbrante, a relva fofinha do jardim, da bela casa rural que acolheu os bailarinos curiosos, foi pouca para tanta vontade em bailar os passos aprendidos ao longo do ano. Houve quem rompesse a planta dos pés com tanto esfrega esfrega no parquet verde do jardim. A água da mangueira jorrava quente da insolação diurna e o suor debitado já nem sequer importava com semelhante duche à disposição!

O baile prolongou-se até às tantas da madrugada e ninguém parecia querer desmobilizar. O Filipe mobilizou as tropas para a habitual Salsa, rasgando a penumbra da noite com uma fileira de bailarinos, atrás e em filinha pirilau, dispostos a tudo, não importando nada que o salão fosse uma simples estrada rural, ali mesmo, junto à casa, coberta pelo incenso da bosta fertilizante da manada de bois passante.

Houve quem se juntasse à malta bem mais tarde, conduzindo pelo interior do Sertão a altas horas e, mesmo com o mínimo de coordenadas, acertar em cheio com o baile rural! Já o pessoal adormecia nos muros da casa em conversa e não é que os mais valentes ainda davam o máximo nessa noite escaldante de verão. A noite era para danças e este par levou à letra o assunto!

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